O impasse na Câmara dos Deputados em torno da isenção total de carnes na regulamentação da reforma tributária evidencia a incoerência do governo federal. Enquanto a equipe técnica da reforma, liderada pelo ministro Fernando Haddad, sugeriu expandir o cashback ao invés de isentar a proteína, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu aval para governistas articularem a favor da medida. O Ministério da Fazenda, focado na viabilidade econômica, se opõe à alíquota zero, mas Lula busca cumprir suas promessas eleitorais, gerando um conflito interno que atrapalha as negociações.
A bancada do agronegócio e a oposição ao governo defendem a isenção total das carnes, argumentando que beneficia diretamente a população. O PL, maior partido da Câmara, apresentou um destaque para incluir a isenção total, com apoio significativo. A proposta original da Fazenda não previa a isenção completa, estimando que esta elevação aumentaria a alíquota padrão de 26,5% para 27,1%. Na campanha de 2022, Lula prometeu trazer a picanha de volta para a mesa dos pobres, mas as divergências internas e a realidade econômica comprometem a concretização dessa promessa, refletindo a inconsistência das políticas governamentais.