Os preços do café arábica atingiram um marco histórico, superando o recorde de 1977, com contratos futuros negociados a US$ 3,4540 por libra-peso. A disparada resulta de déficits globais consecutivos, agravados por problemas climáticos em grandes produtores como Brasil e Vietnã. A produção brasileira, que já enfrenta seca e chuvas irregulares, deve cair abaixo de 30 milhões de sacas no próximo ciclo, ampliando o déficit global acumulado para 8,5 milhões de sacas.
O impacto desse cenário já reverbera na cadeia produtiva. Grandes empresas ajustam preços e reduzem embalagens, enquanto torrefadores repassam custos ao consumidor. A alta de 80% no preço do arábica em 2024 consolida o grão como uma das commodities mais valorizadas do ano, com o mercado futuro em alta volatilidade, o que pressiona ainda mais os preços.
Essa crise expõe a fragilidade da oferta global, com o Vietnã, líder no robusta, enfrentando perdas semelhantes. Consumidores sentirão o peso no bolso, enquanto economistas apontam para novos aumentos no café e seus derivados.