Presidente da Hungria renuncia após conceder perdão a condenado por encobrir abusos sexuais de menores

Decisão controversa de perdão presidencial leva a renúncia sob pressão

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Presidente da Hungria renuncia após conceder perdão a condenado por encobrir abusos sexuais de menores
Reprodução

Katalin Novak, ocupante da Presidência da Hungria, declarou sua renúncia ao posto neste sábado, dia 10, em resposta às intensas pressões recebidas após a concessão de clemência a um indivíduo julgado por facilitar a ocultação de abusos sexuais contra menores.

No mês de abril do ano anterior, Novak estendeu o benefício do perdão a um grupo de indivíduos, destacando-se a inclusão do vice-diretor de um estabelecimento de acolhimento infantil, implicado em ajudar o diretor da entidade a esconder delitos de pedofilia.

“Erro meu. Este dia marca minha última aparição como Presidente perante vocês”, declarou Novak, por meio de uma alocução veiculada pela rede de televisão estatal húngara, ao comunicar sua decisão de afastar-se do cargo.

No ato de sua exposição, ela procurou explicar sua posição: “No abril pregresso, ao outorgar o perdão, presumi que o réu não tivesse explorado a vulnerabilidade dos menores sob sua supervisão”. A ex-presidente admitiu sua falha, destacando que a concessão do perdão, somada à ausência de uma justificação robusta, poderia suscitar questionamentos quanto ao compromisso inabalável do país contra a pedofilia.

Na semana corrente, facções opositoras no cenário político húngaro vocalizaram a demanda pela saída de Novak, que havia ascendido ao cargo máximo do Estado em maio de 2022. Manifestações reiteradas diante de seu domicílio oficial, desde o início do ano, reforçaram a solicitação por sua imediata renúncia, sublinhando o apelo da sociedade por responsabilidade e transparência na gestão pública.