A inauguração da nova ponte binacional entre Brasil e Paraguai ocorreu de forma fragmentada, revelando um desconforto diplomático entre os dois governos. O presidente paraguaio, Santiago Peña, afirmou que a falta de alinhamento deixou um “sabor amargo”. Lula inaugurou sozinho o lado brasileiro da Ponte da Integração, enquanto Peña participou apenas da cerimônia do lado paraguaio, realizada no sábado (20), após sua presença na cúpula do Mercosul.
Durante seu discurso, Peña reconheceu responsabilidade compartilhada pelo desencontro, mas lamentou que as chancelarias de Brasil e Paraguai não tenham conseguido organizar um ato conjunto. O presidente paraguaio sugeriu a troca de contatos diretos com Lula para evitar impasses em inaugurações futuras, como a ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Chaco), projeto estratégico para a integração regional e conexão comercial com portos do Chile.
Lula atribuiu as cerimônias separadas a compromissos de agenda, explicando que Peña enfrentou um problema familiar, enquanto ele precisava retornar a Brasília. “Então eu inauguro o lado brasileiro, ele inaugura o lado paraguaio, e ganha o Brasil e ganha o Paraguai”, declarou o presidente. A Ponte da Integração Jaime Lerner, concluída em 2022, terá liberação gradual de tráfego, com início parcial para caminhões vazios e ônibus fretados, enquanto carros e motocicletas ainda aguardam autorização.