Um relatório divulgado na véspera da evasão de dois detentos da penitenciária de alta segurança em Mossoró revelou sérias falhas no sistema de monitoramento. De acordo com o documento, várias câmeras de vigilância encontravam-se desativadas, e extensas áreas do complexo prisional estavam desprovidas de qualquer supervisão visual.
Conforme detalhado no relatório, que veio a público através do G1, as câmeras em funcionamento forneciam imagens de baixa qualidade, comprometendo significativamente a capacidade de vigilância. “O sistema de monitoramento eletrônico está severamente comprometido, enfrentando uma miríade de problemas técnicos que resultam em numerosas câmeras fora de operação ou produzindo imagens de qualidade insatisfatória”, aponta o documento. “Como resultado, vastas áreas, incluindo alas, pátios, corredores e o perímetro externo, permanecem sem qualquer monitoramento efetivo.”
Este alarmante diagnóstico foi feito em 13 de fevereiro, apenas horas antes da fuga dos prisioneiros, com as autoridades entrando no quinto dia de buscas pelos fugitivos neste domingo, 18.
Uma imagem divulgada na sexta-feira evidencia um buraco na cela de um dos fugitivos, sublinhando as falhas de segurança que possibilitaram a evasão.
Adicionalmente, a inexistência de informações genéticas dos fugitivos Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 35, no banco nacional de DNA tem sido um empecilho para os esforços de identificação por parte da Polícia Federal. Os investigadores destacaram que o material genético dos criminosos não havia sido registrado no sistema, complicando ainda mais o processo de localização.
Informações indicam que a Polícia Federal coletou amostras biológicas em uma propriedade rural próxima ao local da fuga, concentrando as buscas nessa região.
Na sexta-feira à noite, os indivíduos em fuga invadiram uma residência na zona rural, mantendo uma família como refém. Segundo o relato do dono do imóvel, os foragidos chegaram aproximadamente às 20h, utilizaram a internet e permaneceram no local até a meia-noite, partindo em seguida com dois aparelhos celulares e alimentos. Este incidente sublinha a urgência em reforçar as medidas de segurança e vigilância, tanto dentro das unidades prisionais quanto em suas imediações, para evitar novas ocorrências e garantir a segurança da população.