Prisão de jornalista opositora do ditador Maduro gera críticas de ONGs e políticos

Detenção de reconhecida opositora ao regime de Maduro provoca indignação e denúncias de violações dos direitos humanos

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Prisão de jornalista opositora do ditador Maduro gera críticas de ONGs e políticos
Reprodução

A prisão de Rocío del Carmen San Miguel Sosa, ativista, advogada e especialista em questões militares venezuelanas, tornou-se o centro das atenções e gerou uma onda de críticas por parte de organizações não governamentais, políticos e partidos da oposição venezuelana durante o último fim de semana. Aos 57 anos, San Miguel, que é uma figura emblemática na oposição ao governo de Nicolás Maduro, teria sido detida na sexta-feira (9), no Aeroporto Simón Bolívar, localizado em Maiquetía, sob circunstâncias que suscitaram preocupações imediatas sobre violações de direitos humanos.

Este incidente se soma a uma série de controvérsias envolvendo o governo venezuelano, destacando-se uma recente em que o promotor Tarek William Saab, em coletiva de imprensa no dia 26 de janeiro, informou sobre a detenção de 12 pessoas relacionadas ao caso denominado 'Pulseira Branca', além da emissão de 17 mandados de prisão.

Rocío San Miguel tem sido uma voz crítica não apenas em relação à segurança e defesa nacional, mas também sobre as práticas e a estrutura das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, abordando temas como organização, funcionamento, equipamento e orçamento. Adicionalmente, ela se posicionou contrariamente ao referendo consultivo promovido pelo governo sobre Essequibo em 3 de dezembro, atraindo a ira do governo.

A Provea, uma ONG que atua na defesa dos direitos humanos, destacou a prisão de San Miguel, apontando para o "desaparecimento forçado" da ativista, já que passaram-se 57 horas sem informações sobre seu paradeiro ou estado de saúde. A situação alarmante reforça a preocupação com a crescente repressão e as práticas autoritárias do regime venezuelano, que continuam a suscitar críticas internacionais e clamores por transparência e respeito aos direitos humanos.

A adversária política de Maduro, Maria Corina Machado, que foi impedida de participar das eleições, também se manifestou sobre o caso, ecoando o sentimento de indignação que percorre tanto a Venezuela quanto a comunidade internacional. A detenção de Rocío San Miguel lança luz sobre os desafios enfrentados por ativistas e opositores em um país marcado por disputas políticas e uma crise humanitária sem precedentes.