O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enfrenta críticas pela falta de transparência em suas viagens de trabalho. Desde que assumiu o cargo, Gonet se recusa a detalhar itinerários e objetivos das viagens, revelando apenas o valor das passagens e diárias, conforme reportado pelo Estadão.
Baseando-se na Lei de Acesso à Informação (LAI) e em portaria de Augusto Aras, Gonet justifica o sigilo alegando segurança, sem fornecer estudos técnicos que comprovem tais riscos. A prática levanta suspeitas, já que as informações são divulgadas apenas após as viagens. Marina Atoji, da Transparência Brasil, condenou a prática como má utilização da LAI para ocultar informações de interesse público, argumentando que não há riscos em divulgar dados após as viagens.
Entre janeiro e abril, Gonet gastou R$ 46 mil em passagens e R$ 29 mil em diárias, mas sem transparência sobre os destinos. A falta de clareza sobre os gastos públicos e a alegação de segurança são vistas como manobras para evitar o escrutínio público, alimentando críticas contra o procurador-geral e outros membros do Ministério Público que adotam práticas semelhantes.