Com o objetivo de revolucionar o cenário educacional, a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anuncia planos ambiciosos para o segundo semestre: a implementação de um programa voltado à transformação de unidades de ensino fundamental e médio estaduais em escolas cívico-militares. Esta iniciativa surge como uma resposta à necessidade de promover uma educação que alie conhecimento acadêmico a valores de cidadania e disciplina.
Atualmente, as diretrizes deste programa estão sendo finalmente ajustadas pela Secretaria da Educação do Estado, em colaboração com assessores diretos do governador. Espera-se que, em breve, o projeto de lei correspondente seja encaminhado à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde a base aliada de Tarcísio se mobiliza para garantir sua aprovação até meados do ano.
Lucas Bove (PL), vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alesp e um dos articuladores do projeto, destaca: "Este programa é um compromisso do governador, alinhado às diretrizes do presidente da Casa, André do Prado (PL). A proposta, que não foi viabilizada anteriormente devido a prioridades legislativas, agora toma forma."
As escolas destinadas a se tornarem cívico-militares serão selecionadas com base em critérios de desempenho educacional e localização em áreas de vulnerabilidade social, buscando impactar positivamente comunidades que mais necessitam de suporte educacional estruturado.
O modelo prevê a integração de militares da reserva, tanto da Polícia Militar quanto do Corpo de Bombeiros, que assumirão responsabilidades administrativas e de segurança, sem interferir no conteúdo pedagógico. "O papel dos militares estará focado na formação cívica e na disciplina dos estudantes, respeitando as diretrizes pedagógicas vigentes", assegura Bove.
A implementação da escola cívico-militar envolverá a adoção de padrões de conduta e apresentação pessoal, incentivando a organização e o respeito mútuo entre os alunos. A meritocracia também será estimulada, com a seleção semanal de líderes de turma, promovendo o engajamento e a responsabilidade individual.
O projeto ainda passa por ajustes, considerando aspectos como a distribuição geográfica das escolas cívico-militares para garantir que as famílias tenham opções de escolha educacional. Exclusões específicas, como comunidades indígenas e quilombolas, estão sendo discutidas para assegurar a adequação cultural e social do programa.
Críticas ao modelo, como as levantadas pela deputada Professora Bebel (PT), que questiona a compatibilidade da iniciativa com os princípios constitucionais de educação, são parte do debate democrático. Contudo, a determinação do governo de São Paulo em expandir o modelo cívico-militar reflete um compromisso com a inovação educacional, na busca por um sistema de ensino que prepare cidadãos disciplinados, responsáveis e patriotas.
Este movimento em São Paulo vai na contramão da recente decisão do governo federal de encerrar o programa de fomento às escolas cívico-militares, destacando a disposição do estado em liderar pelo exemplo na reformulação da educação pública, com foco na excelência e nos valores cívicos.