Contrariando as promessas eleitorais e desafiando a lógica econômica, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, representante máximo do Partido dos Trabalhadores, impõe agora uma carga tributária aos trabalhadores que recebem até dois salários mínimos. Este cenário, revelado por um estudo da Unafisco Nacional, associação dos auditores fiscais da Receita Federal, reflete a incongruência de uma administração que, ao mesmo tempo que alega defender os mais vulneráveis, os sujeita a uma maior pressão fiscal.
O presidente da Unafisco Nacional, Mauro Silva, expõe a realidade com uma clareza desconcertante. Com o aumento de 10,16% no salário mínimo em 2024, o valor para quem ganhava até dois salários mínimos no ano passado sofreu um acréscimo de R$ 2.640 para R$ 2.824. A ausência de um ajuste correspondente na tabela de isenção do Imposto de Renda resulta em uma nova tributação para essa faixa de renda, que anteriormente estava isenta, impactando esses trabalhadores com um imposto mensal de R$ 13,80.
Silva, com justificada indignação, classifica a situação como “um absurdo”. A falácia da isenção prometida para quem ganha até dois salários mínimos é desmascarada pela realidade fiscal imposta pelo governo atual. Trabalhadores e aposentados, vítimas dessa política, enfrentam agora a dura realidade de ter que devolver parte de seus ganhos ao Estado.
Essa mudança tributária contradiz frontalmente as promessas de campanha do presidente Lula, que anunciou a intenção de aumentar o limite de isenção para R$ 5 mil, mas que foi incapaz de cumprir tal promessa em seu primeiro ano de mandato. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comprometeu-se a enviar uma reforma da tributação da renda, incluindo a faixa de isenção, no primeiro semestre, mas as restrições orçamentárias aparentemente impediram a concretização dessa medida.
Essa situação expõe a falta de coesão e eficiência do atual governo em alinhar suas políticas econômicas com as necessidades reais dos cidadãos brasileiros. A valorização do salário mínimo, uma característica dos governos petistas, perde seu impacto positivo quando não acompanhada de ajustes na tabela do Imposto de Renda, evidenciando uma desconexão entre as promessas feitas e a realidade vivida pelos brasileiros.
A imposição dessa carga tributária aos trabalhadores de baixa renda levanta questionamentos sérios sobre as verdadeiras prioridades do governo Lula e do PT. Em vez de aliviar o fardo dos mais vulneráveis, parece que as políticas adotadas acabam por agravar suas dificuldades, desmentindo a retórica de proteção e suporte aos trabalhadores menos favorecidos e revelando uma falha gritante na governança do partido.