Promotor alerta sobre influência do PCC em ONGs e política prisional

Investigação revela que organização financiada pelo crime organizado pressionava autoridades e buscava reconhecimento internacional

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Promotor alerta sobre influência do PCC em ONGs e política prisional
Foto: Roberto Navarro / Agência O Globo

O promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, revelou que uma ONG ligada ao crime organizado foi usada para influenciar decisões políticas e denunciar o sistema prisional em cortes internacionais. Segundo as investigações, a entidade foi criada e financiada pelo PCC, funcionando como um instrumento para pressionar autoridades e interferir na política carcerária do país, tudo sem recorrer à violência explícita.

A presidente da ONG, Luciene Neves Ferreira, chegou a participar de reuniões nos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, além do CNJ. Gakiya afirmou que os representantes do governo foram "inocentes úteis" ao permitir essa proximidade. A investigação também apontou que a ONG seguia ordens diretas de líderes do PCC presos, tendo até suas despesas bancadas pela facção para viagens e produções audiovisuais.

O MP-SP identificou que essa estratégia já vinha sendo planejada desde 2016. A influência criminosa em ONGs expõe uma falha grave no controle dessas entidades, permitindo que grupos organizados operem livremente sob o disfarce de direitos humanos. O promotor alerta para a necessidade de um monitoramento rigoroso sobre essas instituições, garantindo que o sistema prisional não se torne refém de interesses escusos.