PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas

Proposta de nova regulação digital gera debate sobre controle e liberdade de expressão

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PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Foto: Julian Christ/Unsplash

Após um revés nas eleições municipais, o Partido dos Trabalhadores apresentou novamente o controverso "PL das Fake News", ou "PL da Censura", na Câmara dos Deputados. A proposta, sob autoria de Pedro Uczai (PT-SC), visa regular o conteúdo em redes sociais sob o pretexto de combater a "desinformação". O projeto prevê a criação de uma agência fiscalizadora, impondo multas e até suspensão de contas para plataformas que descumprirem as diretrizes.

Para o deputado Uczai, a medida seria uma defesa da "democracia e do debate público" contra a manipulação de informações. A proposta surge em resposta ao baixo desempenho do partido nas últimas eleições, o que intensificou o desejo de regulamentar o ambiente digital.

Especialistas, no entanto, advertem para os riscos dessa regulação, que pode abrir precedentes para a censura e minar a liberdade de expressão.

Projeto define conteúdos "enganosos" e estabelece multas para divulgação de Fake News

A proposta de Pedro Uczai vai além do limite da razoabilidade: ao definir “desinformação” e “informação enganosa” com termos vagos, ele abre caminho para um controle estatal arbitrário sobre o que pode ou não ser dito. A medida, travestida de “proteção”, é um golpe disfarçado na liberdade de expressão e visa calar vozes que não se alinham ao discurso oficial, típico de regimes autoritários.

Para evitá-las, o deputado petista propõe uma série de regras a serem obedecidas pelas big techs:

  • Divulgar de forma clara e acessível suas políticas para a prevenção e o combate à desinformação e à informação enganosa;
  • Implementar sistemas que garantam a identificação e o combate à desinformação e à informação enganosa, como mecanismos de verificação de fatos, rotulagem de conteúdo que contenha informações contestáveis e criação de mecanismos de fácil acesso para usuários reportarem informações suspeitas;
  • Cooperar com órgãos governamentais e associações do setor para o desenvolvimento de condutas que garantam práticas para prevenção e resposta à desinformação e informação enganosa;
  • Promover campanhas educativas para informar os usuários sobre como identificar desinformação e informação enganosa;
  • Promover a transparência na divulgação de algoritmos de recomendação de conteúdo e nas práticas de moderação, informando os usuários sobre suas políticas.