Após as eleições municipais de 2024, lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) esforçam-se para emoldurar o desempenho do partido como um êxito, apesar das perdas estratégicas que indicam um recuo significativo. Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e figuras de peso como Alexandre Padilha e Gleisi Hoffmann em reunião, o discurso se concentrou em um suposto "bom momento econômico" e no "trabalho do governo federal" como elementos que teriam impulsionado aliados locais, ainda que os números reais revelem um cenário bem menos favorável para a sigla.
O ministro Padilha, ao comemorar o "tsunami da reeleição", citou exemplos como o retorno do PT à Prefeitura de Fortaleza, mas o enredo esbarra nas derrotas importantes em Olinda (PE), Anápolis (GO) e Santa Maria (RS), onde o PT esperava consolidar apoio. Esses insucessos em regiões estratégicas, especialmente fora dos grandes centros, colocam em xeque a eficácia da estratégia do partido e sua capacidade de ampliar bases municipais em médio e longo prazo.
A narrativa de "avaliação profunda" prometida por Padilha surge como uma tentativa de controle de danos. No entanto, a diminuição de prefeituras evidencia um cenário adverso para o PT, cujas pretensões para 2026 podem ser prejudicadas pela falta de expansão municipal — peça chave para redes de articulação e suporte eleitoral.