Após dois anos e meio de mandato, o terceiro governo Lula exibe uma maior concentração de poder nas mãos do PT do que em gestões anteriores. Atualmente, 38% dos ministérios estão sob controle do partido, a maior fatia desde 2003. A coalizão, apesar de extensa, convive com divisões e pouca influência real das siglas aliadas, evidenciando um governo centralizador e pouco disposto a negociar.
Lula se mostra mais desconfiado e afastado do Congresso, com menos reuniões e articulação do que seus antecessores. Essa postura reforça o isolamento político e limita a governabilidade, mesmo diante de uma base fragmentada e descontente. Partidos tradicionais e até legendas menores têm resistido ao alinhamento, indicando instabilidade.
A dificuldade em compartilhar poder compromete a coalizão e a gestão eficiente do país. A estratégia de Lula e do PT reforça o monopólio partidário sobre o Executivo, enquanto o Brasil sente os efeitos da falta de diálogo e do controle concentrado. A experiência recente mostra que essa fórmula tem custado caro ao desenvolvimento e à estabilidade nacional.