A Operação Salus, conduzida pela Polícia Federal, revelou um cenário alarmante na cidade de Maricá, Rio de Janeiro, marcando mais um episódio de suposta corrupção sob a longeva administração do PT, que comanda o município há 15 anos. As investigações apontam para um esquema de desvios milionários de recursos destinados à saúde, envolvendo figuras próximas a Washington Quaquá, vice-presidente do PT e figura central na política local.
Entre os investigados estão Solange Regina de Oliveira, secretária municipal de Saúde; Simone da Costa Massa, diretora do Hospital Che Guevara; e Marcelo Costa Velho Mendes de Azevedo, membro da Comissão de Avaliação de Desempenho. Esses nomes, indicados por Quaquá, são suspeitos de participar de um esquema que teria desviado mais de R$ 70 milhões, segundo auditorias do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ).
Maricá, outrora celebrada como modelo de gestão petista com Fabiano Horta sucedendo Quaquá, agora enfrenta uma crise de credibilidade. A revelação do envolvimento de Diego Zeidan, filho de Quaquá e ex-vice-prefeito da cidade, que posteriormente assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio, apenas aprofunda as suspeitas de nepotismo e má gestão.
O escândalo que assola Maricá não é um caso isolado, mas um reflexo da conturbada relação entre o PT e a gestão dos recursos públicos, frequentemente marcada por acusações de corrupção e improbidade. A tentativa de Quaquá de retornar ao poder em um terceiro mandato agora se vê ameaçada por essas graves alegações, que mancham não apenas sua trajetória política, mas também a reputação do partido como um todo.
Em resposta às acusações, a Prefeitura de Maricá emitiu um comunicado negando as irregularidades e prometendo cooperação plena com as autoridades judiciais. A administração municipal assegura sua dedicação à transparência e ao estrito cumprimento das leis, numa tentativa de restaurar a confiança abalada pelas investigações da Polícia Federal.
Este caso serve como um lembrete sombrio da importância da vigilância e da responsabilidade na gestão dos recursos públicos, especialmente em setores vitais como a saúde. O desdobramento das investigações da Operação Salus será acompanhado de perto, pois representa não apenas o futuro político de Quaquá e seus associados, mas também a integridade da administração pública em Maricá e, por extensão, sob governanças do PT.