Uma recente pesquisa realizada pela Genial/Quaest trouxe à tona as percepções dos brasileiros a respeito da operação Lava Jato, uma das maiores investigações de corrupção da história do país. Divulgado por O Globo neste domingo, o estudo mostra que quase metade dos entrevistados, 42%, aponta a classe política como responsável pelo término da operação, sugerindo uma visão crítica sobre a influência do poder político nas investigações.
De acordo com o levantamento, um quarto dos participantes, ou seja, 25%, atribui o fim da Lava Jato a possíveis "exageros e erros" cometidos pelos investigadores e magistrados. Por outro lado, apenas 8% dos entrevistados acreditam que a operação foi concluída por já não haver mais corrupção a ser investigada em 2021, uma opinião minoritária que reflete otimismo quanto à eficácia das medidas anticorrupção até aquele momento.
A pesquisa ainda revela que uma parcela significativa dos brasileiros, 22%, optou por não expressar uma opinião, enquanto 3% discordaram de todas as alternativas propostas.
Quando questionados sobre o impacto geral da Lava Jato no Brasil, a resposta foi majoritariamente positiva: 50% dos entrevistados acreditam que a operação trouxe mais benefícios do que malefícios ao país. Em contraste, 28% veem a Lava Jato de maneira negativa, enquanto 7% consideram que ela não teve impactos significativos, positivos ou negativos. Um grupo de 15% preferiu não responder a essa questão.
Sobre a contribuição da Lava Jato no combate à corrupção, 49% dos participantes da pesquisa afirmaram que a operação foi eficaz, contra 37% que pensam o contrário. Apenas 4% dos entrevistados se posicionaram de forma neutra, afirmando que a operação ajudou "mais ou menos" nesse aspecto.
A análise dos resultados por preferência eleitoral revela que 61% dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) veem a operação como benéfica, enquanto entre os eleitores de Lula (PT), 42% também reconhecem seus benefícios, apesar das polêmicas envolvendo o ex-presidente.
Em relação aos casos judiciais de Lula, que teve suas condenações anuladas pelo STF, a população se mostra dividida: 43% acreditam na inocência do presidente, enquanto outro grupo igualmente de 43% o considera culpado. Uma parcela de 14% não soube ou preferiu não opinar sobre o assunto.
Conduzida entre os dias 25 e 27 de fevereiro, a pesquisa entrevistou 2 mil brasileiros em 120 municípios, com uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
Este estudo traz à luz a complexidade das visões dos brasileiros sobre a Lava Jato, refletindo um país ainda dividido em sua interpretação dos eventos recentes e suas consequências para a política e a justiça nacional.