Enquanto hospitais enfrentam a falta de insumos e a população padece com infraestrutura precária, o governo do Pará resolveu investir R$ 15 milhões no desfile da Escola de Samba Grande Rio. A fortuna, revelada em setembro de 2024, garantiu um espetáculo grandioso na Sapucaí, provando que certas prioridades seguem intocáveis quando se trata de recursos públicos. O enredo exaltou a biodiversidade paraense, mas o que realmente chamou atenção foi o generoso patrocínio bancado pelo cidadão.
O governador Helder Barbalho compareceu ao evento, posando com frases de efeito e meias estampadas, enquanto tentava desvincular o governo do financiamento da festa. No entanto, o patrocínio foi amplamente divulgado, deixando evidente que o dinheiro do contribuinte bancou o show. O discurso oficial nega envolvimento direto, mas a presença política e o investimento milionário dizem o contrário.
A escolha do tema, que coincide estrategicamente com a realização da COP30 em Belém, mostra que o espetáculo foi mais do que uma exaltação cultural: foi um palco político. O Pará teve seu nome brilhando no Carnaval carioca, mas a conta dessa exibição recai, como sempre, sobre quem paga impostos sem ver retorno nos serviços básicos.
