O grupo Mídia Ninja, amplamente ligado a pautas progressistas, afirma não receber financiamento público, mas documentos revelam o contrário. De acordo com uma reportagem do Estadão, duas ONGs ligadas ao movimento receberam quase R$ 4 milhões em recursos do governo Lula, através de convênios, emendas parlamentares e incentivos culturais. Entre as organizações beneficiadas está a Associação Coletivo Cultural, que obteve R$ 3,4 milhões para projetos com a Funarte e o Ministério da Cultura, mesmo após pareceres técnicos iniciais contra a proposta.
A Casa Ninja Amazônia e outras entidades associadas também receberam verbas do governo, incluindo R$ 599 mil do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, além de convênios que garantiram bolsas e recursos para jovens de grupos específicos. Embora a Mídia Ninja continue negando o recebimento de dinheiro público, os laços com figuras chave do governo e das ONGs envolvidas são inegáveis. O cientista político Leandro Consentino alerta que a utilização de recursos públicos por organizações com claras ligações partidárias compromete a isonomia política e eleitoral.
Enquanto o governo justifica os repasses como parte de projetos aprovados conforme regras públicas, a questão permanece: o financiamento indireto de entidades tão ativamente envolvidas com o governo federal não compromete a imparcialidade do processo eleitoral? A cada nova evidência, fica claro que a linha entre ativismo político e recursos públicos se torna ainda mais tênue.