Apesar do tom nacionalista do presidente Lula ao defender a independência do Brasil frente ao dólar e propor uma moeda comum dos Brics, especialistas apontam que a estratégia carece de viabilidade.
Em 2024, mais de 90% das exportações e importações brasileiras foram feitas em dólar, segundo a Secex, reflexo da confiança e estabilidade que a moeda norte-americana oferece.
A tentativa de acelerar uma agenda de desdolarização, em meio a tensões com os EUA, ainda um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, pode trazer riscos para a indústria e o agronegócio. Mesmo após tarifas impostas por Donald Trump, o dólar segue sendo utilizado pelo próprio governo.
Sem alternativas sólidas entre os Brics, o discurso de Lula pode afastar o país de mercados estratégicos como EUA e União Europeia, fundamentais para o crescimento brasileiro.
Na prática, sem o dólar e sem pragmatismo, o Brasil pode perder competitividade e espaço no cenário global.