O Rio de Janeiro volta ao normal após o fim da GLO, Garantia da Lei e da Ordem, implementada pelo presidente Lula. E algo que chamou a atenção dos cariocas foi o esquema de segurança empregado desta vez. Por exemplo: a Cúpula do G20, em 2024, reuniu líderes das maiores potências do mundo e contou com 26 mil agentes no total. Já o BRICS, realizado nesta semana e com uma agenda menos abrangente, mobilizou aproximadamente 31 mil agentes e um aparato de guerra com blindados, caças e defesa cibernética.
O contraste chama atenção: por que um evento com mais chefes de Estado teve menos proteção? A resposta pode estar fora dos palácios. Com o avanço da criminalidade no Rio, o governo foi obrigado a reforçar o cerco durante o BRICS. A escalada de roubos, furtos e confrontos armados exigiu uma resposta muito além do cerimonial. A cidade virou vitrine para o mundo.
Em maio de 2025, por exemplo, foram registrados mais de 4 mil furtos de celulares — um aumento de 19% em relação ao mesmo mês de 2024. A tendência é crescente. E lembra, Glauber: eu também fui vítima de roubo de celular, na saída do presídio do MC Poze. Só no primeiro quadrimestre, foram mais de 8 mil roubos no estado, o que representa uma média preocupante de 73 casos por dia, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro.
Nos transportes públicos, o cenário também preocupa. Os furtos em coletivos aumentaram 20%, com mais de 740 registros. Já os furtos de bicicletas cresceram 18%, ultrapassando 400 casos apenas em maio. Os dados apontam para uma elevação constante nos crimes contra o patrimônio.
Os homicídios e a letalidade violenta caíram 17,5% no acumulado do ano, mas os assaltos e furtos continuam em alta. Em resumo: o Rio mata menos, mas rouba mais. A população segue acuada, em meio à contradição entre segurança reforçada e sensação de insegurança nas ruas.
Do Rio para o Fala Glauber News, André Muzell