Saques da poupança somam R$ 15,47 bilhões a mais que depósitos em 2024

Dados mostram evolução após anos de resultados negativos, mas desafios permanecem no horizonte

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Saques da poupança somam R$ 15,47 bilhões a mais que depósitos em 2024
José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

A poupança brasileira registrou uma saída líquida de R$ 15,47 bilhões em 2024, um resultado que, embora negativo, representa significativa recuperação frente ao saldo de R$ 87,82 bilhões em 2023. Segundo o Banco Central, o desempenho de 2024 foi o melhor desde 2020, quando o auge da pandemia impulsionou um ingresso histórico de R$ 166 bilhões, favorecido por medidas emergenciais. No entanto, a competitividade da poupança segue comprometida, com sua remuneração ofuscada por outros investimentos de renda fixa.

O balanço de 2024 destacou-se pelo crescimento em dezembro, que registrou captação líquida de R$ 4,96 bilhões, alavancada pelo pagamento do 13º salário. Em contrapartida, janeiro marcou o pior desempenho do ano, com uma saída líquida de R$ 20,15 bilhões. Apenas quatro meses apresentaram saldo positivo, evidenciando a dificuldade da poupança em atrair investidores em um cenário de inflação elevada e juros altos, agravados por uma política econômica que favorece o gasto público em detrimento da estabilidade.

Com a Selic em 12,25% ao ano, a regra atual da poupança — limitando o retorno a 70% da taxa básica de juros — continua reduzindo sua atratividade. Enquanto famílias enfrentam queda no poder de compra, o estoque total da poupança alcançou R$ 1,03 trilhão no final de 2024, um leve avanço em relação aos R$ 983 bilhões de 2023. O resultado reflete a resiliência do brasileiro diante de desafios econômicos persistentes, exigindo maior responsabilidade fiscal e incentivos para investimentos produtivos no país.