Sebrae diz que redução da taxa Selic é positiva, mas ainda dificulta acesso ao crédito

Endividamento e falta de crédito continuam a ser desafios para o setor

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Sebrae diz que redução da taxa Selic é positiva, mas ainda dificulta acesso ao crédito
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (31), um corte de 0,5% na taxa básica de juros (Selic), levando a taxa para 11,25% ao ano. Esta é a quinta queda consecutiva.

Apesar da redução, os juros ainda estão acima dos dois dígitos, o que, somado à inflação de 4%, traça um cenário ainda difícil para as micro e pequenas empresas (MPEs) que necessitam acessar crédito para pagar suas dívidas.

Em estudo do Sebrae, apenas 30% das MPEs procuram os bancos para ter acesso a crédito – dessas, somente 40% têm sucesso na busca por empréstimos.

Outra pesquisa da instituição e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que aproximadamente sete em cada 10 pequenos negócios inadimplentes no Brasil têm 30% ou mais do seu custo mensal comprometido com dívidas.

Para 23% das empresas com dívidas atrasadas, os débitos chegam a representar mais de 50% das despesas mensais do negócio.

"O endividamento das MPEs continua a ser uma preocupação, e o Desenrola para os pequenos negócios é fundamental para que a base dos CNPJ brasileiros tenham condições de aproveitar esse momento de estímulo da economia com a tendência de queda da taxa de juros", argumenta o presidente do Sebrae, Décio Lima.

"Nossa luta para baixar a Taxa Selic será permanente e nossa pressão está tendo resultados. Não fosse ela, nós não teríamos mais esse acontecimento de hoje, quando o Copom faz a redução da Taxa Selic, que ainda está alta."

Lima lembra que milhares de empreendedores que precisaram buscar crédito durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19 ainda estão lutando para se livrar das dívidas.

"As taxas de juros praticadas pelos bancos para os empréstimos de micro e pequenas empresas chegam até 30% ou 35% ao ano. Por isso, precisamos cuidar para que eles consigam recuperar o fôlego e voltar a investir e gerar empregos", acrescenta.