Davi Alcolumbre reassumiu o comando do Senado com um ritmo bem diferente do passado. Desde 1º de fevereiro, convocou apenas uma sessão deliberativa antes do Carnaval, um contraste gritante com as seis sessões que realizou em 2019, quando presidiu a Casa pela primeira vez. O número também fica abaixo dos períodos anteriores, incluindo o início da pandemia, quando ele mesmo realizou quatro sessões antes da folia. A média histórica para esse período gira em torno de cinco reuniões, mas parece que a produtividade ficou para depois do feriado.
A comparação com gestões anteriores torna a falta de dinamismo ainda mais evidente. Enquanto Alcolumbre promove o esvaziamento da Casa, figuras como José Sarney, Eunício Oliveira e Renan Calheiros convocaram até doze sessões antes do Carnaval. Até Rodrigo Pacheco, que enfrentou um período conturbado, realizou oito reuniões no mesmo intervalo. A diferença de postura deixa claro que a prioridade não é exatamente fazer o Senado andar, mas sim administrar interesses políticos e distribuir favores nos bastidores.
Na única sessão deliberativa que presidiu neste ano, Alcolumbre tratou de pautas como restos a pagar pendentes, mas sua justificativa para a baixa produtividade é a "resolução de questões administrativas". Nos corredores do Senado, o que se comenta é que a verdadeira prioridade do senador está na liberação de emendas parlamentares, reforçando a velha prática de garantir apoio político antes de se preocupar com o andamento real dos trabalhos legislativos.