O Senado aprovou uma versão diluída do PL antifacção após o relator Alessandro Vieira aparar justamente os pontos que fortaleciam o combate ao crime organizado. A pena para chefes de facções caiu de 40 para 30 anos, a proibição do voto de presidiários foi retirada — mudança conveniente para quem aposta em um novo colégio eleitoral e a equiparação das facções ao terrorismo simplesmente desapareceu do texto.
Além disso, o projeto centraliza na União a gestão de bens apreendidos, entregando ao Planalto o controle de um patrimônio milionário que deveria reforçar o enfrentamento ao crime, não virar moeda política. Para o senador Eduardo Girão, “tiraram conquistas da sociedade”, resumindo o desmonte de avanços que vinham sendo debatidos há meses.
Se o texto seguir assim, quem comemora não é o cidadão honesto: são PCC, Comando Vermelho e seus satélites. Com tantas mudanças profundas, o projeto retorna à Câmara última chance de recuperar a firmeza que o Senado abandonou.