“Se perdeu o monopólio da informação, e isso realmente incomoda muita gente,” diz Rogério Marinho sobre a regulamentação das redes sociais

Em destemida entrevista ao "Roda Viva", Marinho critica os esforços da esquerda para regular a web e ressalta a importância da liberdade de expressão

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“Se perdeu o monopólio da informação, e isso realmente incomoda muita gente,” diz Rogério Marinho sobre a regulamentação das redes sociais
Imagem: Roda Viva / TV Cultura

Na recente edição do programa "Roda Viva" da TV Cultura, o senador Rogério Marinho expressou uma vigorosa defesa da liberdade na internet, destacando a importância deste espaço como último bastião da livre expressão em tempos de tentativas de censura. A entrevista trouxe à tona a preocupação crescente com os esforços, principalmente oriundos da esquerda, para impor regulações que poderiam limitar a liberdade de informação e de opinião sob o pretexto de combater conteúdos nocivos.

Marinho argumentou contra a excessiva regulamentação das redes sociais, indicando que as medidas atuais são insuficientes e, muitas vezes, tendenciosas. Foi citado o pedido de desculpas de Mark Zuckerberg, reconhecendo falhas nas políticas de moderação de conteúdo das plataformas, como evidência de que o problema é complexo e abrange questões de incentivo ao suicídio e violência.

A situação na Europa e na fronteira do Texas com o México foram apresentadas como exemplos de eventos significativos sub-representados pela grande mídia, mas amplamente discutidos na internet. Marinho ressaltou que a capacidade da internet de contornar o monopólio da informação tradicional é vista como uma ameaça por aqueles acostumados a controlar o discurso público.

Nós temos um problema, Thais, que é a questão da liberdade de informação e de opinião. Por exemplo, está acontecendo na Europa agora um movimento praticamente unânime em oito ou dez países diferentes, de bloqueio das cidades, de contestação violenta das políticas que estão sendo implementadas, inclusive em relação à questão do meio ambiente. Disse o senador
Eu não estou vendo divulgação nos grandes jornais brasileiros, mas a gente está vendo isso na internet. Nós estamos vendo um problema que está acontecendo no Texas e em outros estados ali da fronteira com o México, de praticamente uma perspectiva de guerra civil, de declaração de contraposição do Estado do Texas contra a decisão do Suprema Corte dos Estados Unidos na questão da proteção das fronteiras. Completou Rogério Marinho

A defesa da liberdade por Marinho é pautada na convicção de que a expressão pessoal é um direito fundamental. Ele criticou a tendência de alguns setores em buscar um controle autoritário sobre o que é considerado verdade, afirmando que tais ações são reminiscentes das advertências de George Orwell em "1984". O senador enfatizou a necessidade de encontrar um equilíbrio que permita a regulamentação eficaz das redes sociais sem sufocar a liberdade de expressão.

E o que existe hoje no Brasil é que muita gente precisa reler 1984 de George Orwell. Precisa reler o que foi dito naquela oportunidade e o que está sendo feito hoje. Então, nada de excessos, vamos encontrar um meio tempo. Nós estamos dispostos a conversar, a buscarmos uma forma de regulamentarmos de uma forma eficaz as redes sociais, sem que haja essa perspectiva de um controle, de um ó que vai definir o que é verdade e o que não é. Sobre o ângulo e a perspectiva dele, geralmente ideológico. Eu sou politico com muita honra e muito orgulho.

Marinho, que também relatou sua experiência como relator da reforma trabalhista, ilustrou os desafios enfrentados por políticos que tomam posições firmes em questões controversas. Ele compartilhou os ataques pessoais e profissionais que sofreu, defendendo que a atividade política, quando exercida com integridade, é essencial para o avanço da sociedade.

Eu passei um ano chegando no meu estado com uma comissão de recepção de 150, 200 pessoas no aeroporto. A minha casa foi cercada seis ou sete vezes. Inclusive uma vez com quase 10 mil pessoas, segundo a polícia militar. Meu prédio foi pichado de cima a baixo. E eu tive que pagar a limpeza do prédio. Eu era atacado nas redes sociais. Sabe por quê, Lana? Porque eu era um político e tive uma posição. Então, eu estava pagando um preço. Na hora que eu me sentia injuriado ou colonizado, eu bloqueava ou entrava com o processo, porque a legislação me ampara para isso. Agora, não dá para a gente imaginar que existem seres do Olímpico que não podem ser atacados ou criticados. Quem tem posição política pode e deve ser contraditado. Agora, é evidente com civilidade. Quem se quer em aumentar? essa gradação ou se expuser ou tiver um excesso, tá aí a legislação pra punir. Completou o senador.

A entrevista de Marinho ao "Roda Viva" ressoa como um chamado à ação para preservar a internet como uma plataforma para a livre troca de ideias, resistindo a tentativas de imposição de uma única visão de mundo. Em suas palavras, a liberdade de expressão não apenas é um direito, mas também um pilar fundamental para uma sociedade democrática e plural.