A mobilização para o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcançou um marco significativo nesta quarta-feira, 21, com a coleta de 134 assinaturas de deputados até o início da tarde, além de outras 11 de senadores aguardando inclusão. A força motriz por trás dessa iniciativa, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), compartilhou durante uma entrevista no programa Meio-Dia em Brasília, que personalidades como Rogério Marinho (PL-RN), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Damares Alves (Republicanos-DF) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) estão entre aqueles que se manifestaram favoravelmente à expansão do suporte à medida.
Este movimento de oposição surge como resposta às controversas declarações do presidente Lula, que comparou a reação do governo israelense aos atos de terrorismo perpetrados pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023, com o Holocausto da Segunda Guerra Mundial. A quantidade de assinaturas já supera o recorde anterior, estabelecido pelo pedido de impeachment contra Dilma Rousseff em 2016, que havia reunido 124 apoiadores.
E quanto ao Lira?
A despeito dessa crescente mobilização, aliados de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, indicam que as probabilidades de ele dar prosseguimento ao pedido de impeachment contra o líder do PT são mínimas. Cabe a Lira a decisão de aceitar ou rejeitar a denúncia e, consequentemente, iniciar o processo.
Ao ser questionada sobre este impasse no Meio-Dia em Brasília, Zambelli fez uma comparação com Eduardo Cunha, que ocupava a presidência da Câmara durante os primeiros pedidos de impeachment de Dilma, ressaltando que ele também fazia parte da base aliada do governo. A deputada argumentou que o volume de parlamentares apoiando a causa pode exercer pressão sobre Lira, assim como o respaldo popular.
A trajetória política de Lula é marcada por instabilidades significativas. Sua primeira presidência foi sustentada pelo mensalão para garantir o apoio do legislativo, sugerindo, conforme aponta Zambelli, que "existe sim a possibilidade" de um novo processo de impeachment ser aberto. A crescente onda de apoio ao impeachment reflete uma dinâmica política que transcende as divisões partidárias, indicando um momento de intensa mobilização e debate no cenário político brasileiro.