Em novembro de 2023, o panorama empresarial brasileiro enfrentou um momento crítico, conforme indicado por um número recorde de empresas buscando a recuperação judicial. De acordo com informações divulgadas pela Serasa Experian, um total de 175 companhias recorreu a esse mecanismo legal, marcando um aumento de 8,0% em comparação com outubro e um impressionante crescimento de 196,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, observa: “Apesar de começarmos a observar os resultados da queda da inflação e das taxas de juros, o que tem contribuído para uma melhoria na inadimplência das empresas, o cenário de recuperação judicial apresenta uma reação mais lenta”. Esta análise aponta para uma recuperação econômica ainda não plenamente refletida nas estratégias das empresas.
A maioria dos pedidos de recuperação judicial em novembro originou-se de pequenos negócios. Houve 137 solicitações de micro e pequenas empresas, um número superior aos 113 pedidos no mesmo mês do ano passado. Em contrapartida, as grandes empresas registraram 16 pedidos, enquanto as médias empresas apresentaram um volume quase dobrado, com 33 solicitações. Este cenário revela a vulnerabilidade particular das empresas menores no atual contexto econômico.
Interessantemente, a Serasa Experian também relatou uma diminuição na quantidade de empresas que solicitaram falência. Esse decréscimo foi de 36,1% em relação a outubro e 58,9% comparado a novembro do ano anterior. Estes dados sugerem uma dinâmica complexa e desafiadora no ambiente de negócios brasileiro, refletindo tanto as adversidades enfrentadas pelas empresas quanto as medidas que estão sendo adotadas para superar esses obstáculos.
Essa tendência de aumento na recuperação judicial e diminuição nos pedidos de falência ilustra os esforços das empresas brasileiras para se adaptarem a um ambiente econômico desafiador. Além disso, ressalta a importância de políticas econômicas eficazes e apoio ao setor empresarial, especialmente às micro e pequenas empresas, que formam a espinha dorsal da economia do país.