Um ex-coroinha, agora com 48 anos, quebrou décadas de silêncio para expor uma acusação alarmante contra o padre Júlio Lancellotti, figura conhecida por suas conexões com a esquerda. O abuso, alegadamente sofrido aos 11 anos, permaneceu oculto sob o peso da vergonha e do medo.
Em um relato detalhado à revista Oeste, Cristiano Gomes descreve um incidente traumático ocorrido logo após o falecimento de sua avó em maio de 1987. Cristiano, refutando quaisquer acusações de buscar fama ou vantagem pessoal, enfatiza seu desejo de justiça, livre de influências políticas.
"Em um momento de vulnerabilidade, na sacristia, fui confrontado por um ato que começou como um abraço consolador de Lancellotti, mas que se transformou em algo perverso", relata Cristiano. “A aproximação desrespeitosa, a aspereza de sua barba, e gestos obscenos revelaram um estado de excitação no padre. O respeito e a admiração que eu tinha por ele se converteram rapidamente em um temor profundo.”
À época do incidente, Cristiano, consciente da disparidade de credibilidade entre um jovem enlutado e um sacerdote, optou por não formalizar a denúncia. Agora, ele busca justiça e transparência. "Minha intenção é revelar a verdadeira face de Júlio Renato Lancellotti, uma figura que conheci de maneira extremamente perturbadora”, expressou Cristiano, comprometendo-se a colaborar com as autoridades e a Igreja.
Cristiano também mencionou uma colaboradora de Lancellotti, conhecida como Vitória, já falecida, que aparentava ter conhecimento dos abusos. Ela teria procurado Cristiano, sugerindo sutilmente que os atos do padre eram meras demonstrações de carinho.
Este choque revelatório desafia a imagem pública de Lancellotti, frequentemente glorificado por setores da mídia de esquerda, como a Rede Globo, por seu suposto altruísmo e compaixão. No entanto, as recentes acusações lançam dúvidas
Leia, abaixo, o relato publicado por Cristiano Gomes em 30 de junho de 2022
"Em maio de 1987, depois de lutar contra um câncer, minha avó paterna – que, praticamente, era minha mãe, pois cuidava dos netos para sua nora e seu filho trabalharem-morreu.
Naquela época, eu era coroinha da Paróquia de São Miguel Arcanjo, igreja na qual fui batizado e fiz a primeira comunhão. A missa de sétimo dia da minha avó foi realizada lá.
Aos 11 anos de idade, pela primeira vez, senti a dor da perda de alguém que tanto se ama. Minha avó era doce, era linda, era meu porto seguro, àquela época. A ficha caiu' ao término da cerimônia.
Fui em direção à sacristia e, já no interior do cômodo, comecei a chorar muito: 'Como assim? Por que nunca mais verei minha avó?! Era criança, não tinha a capacidade de compreender a morte.
Minutos depois, adentrou ao recinto o pároco JÚLIO LANCELLOTTI que, naqueles anos, não era conhecido como é hoje. Ele abraçou-me e, num primeiro instante, senti-me acolhido, parecia ser um abraço fraterno e eu o admirava pela forma com a qual pregava a Palavra e, também, pelas críticas veladas às mazelas dos governantes e sua luta pela extinta Casa Vida, que acolhia crianças soropositivas.
Mas a demonstração de ato carinhoso partiu para carícias enquanto ele forçava seu corpo ao meu, roçando a barba por fazer em meu rosto e encostando seu pênis, ereto, dentro de sua calça, em mim.
Assustado, consegui desvencilhar-me e nunca mais coloquei os pés na igreja. Meus pais perguntavam-me o porquê, já que eu gostava de prestar serviço àquela paróquia, e eu respondia, simplesmente, que não queria mais. Se eu contasse, em casa, o que havia acontecido, meu pai, certamente, espancaria o padre e, como não houve relação sexual consumada, como poderia provar? O próprio Lancellotti poderia dizer tratar-se de confusão emocional e ninguém acreditaria na versão de uma criança. Ou acreditaria?
Desde então, não havia dito a ninguém o que me ocorreu. Só em 2012, 25 anos depois, com a morte do meu pai, é que trouxe isso à tona à minha família. Silenciei por vergonha e medo. Naqueles anos parecia ser 'normal' assediar menores. Não parecia tão errado passar a mão em suas partes íntimas; adultos apresentarem revistas eróticas a crianças; chamar de macaco o amiguinho negro; de aleijado o deficiente físico; de retardado o deficiente mental... parecia que tudo era permitido.
Os tempos mudaram, ganhamos CONSCIÊNCIA, mas; hoje... quem acreditará nessa história, tendo em vista a popularidade do sacerdote, mesmo com outras denúncias contra ele no passado? Talvez os da Mooca mas, em geral, É SÓ MAIS UM CASO DE ASSÉDIO EM UM TERRENO ONDE É PRATICADO MILENARMENTE!
Infelizmente, há mais de séculos institucionalizam os muitos absurdos neste país, que vão além do machismo e de suas vertentes.
E, sobre esse meu relato, ainda não houve, em meu Facebook, uma única manifestação de algum colega. Sou jornalista.
Portanto, CASOS DE ASSÉDIO, NO BRASIL, SÃO CONSIDERADOS GRAVES A DEPENDER DAS IDENTIDADES DOS MALFEITORES. Se for conveniente, serão denunciados. Se não, ignorados."