Ao estender o alcance do foro privilegiado para políticos que mantêm “influência”, mesmo fora do cargo, o STF escancarou o uso político de suas decisões. Poucos dias após a votação, Alexandre de Moraes mandou reabrir um inquérito contra Gilberto Kassab, que havia sido arquivado. A mensagem foi clara: quem ousar se alinhar a Bolsonaro será alvejado judicialmente. Coincidência? Nem de longe.
A reativação do processo ocorre justamente quando o PSD, comandado por Kassab, articula uma chapa com o PL. “É uma perseguição contra a direita. Não é coincidência que isso aconteça justamente quando o partido se aproxima da oposição”, disparou o deputado Reinhold Stephanes (PSD-PR). A movimentação do Supremo repete o padrão de intimidação contra nomes fortes da oposição, como Ciro Nogueira e Ronaldo Caiado.
O STF amplia seu poder, não para garantir justiça, mas para manter adversários políticos sob rédea curta. Em vez de árbitro imparcial, torna-se peça-chave no tabuleiro eleitoral. Para 2026, a lição é direta: quem ousar desafiar o sistema será silenciado não nas urnas, mas nos tribunais.