O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, apontou que o tenente-coronel da reserva Marcelo Costa Câmara tentou acessar ilegalmente dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. A conduta, segundo Moraes, pode configurar tentativa de obstrução em inquérito que investiga o uso indevido da Abin entre 2019 e 2021, durante o governo Bolsonaro.
Em despacho, Moraes afirmou que Câmara, mesmo sob medidas cautelares e recluso, descumpriu determinações judiciais ao manter contato com investigados e acessar redes sociais por meio de terceiros. O caso está inserido na investigação que apura o suposto uso do software First Mile para monitoramento ilegal de opositores políticos e autoridades públicas.
Segundo o STF, a própria defesa entregou documentos que revelam as ações do ex-assessor, no que seria uma “investigação defensiva”. O material, porém, acabou servindo como base para novas suspeitas de interferência no processo judicial. Câmara é investigado por integrar uma suposta estrutura clandestina de inteligência.