O Supremo Tribunal Federal segue sua agenda de decisões polêmicas ao suspender o julgamento de Débora Rodrigues, uma cabeleireira que pichou a estátua da Justiça em protesto. O ministro Luiz Fux pediu mais tempo para “averiguar” o caso, adiando a decisão. A acusação de pichação ganha contornos ainda mais absurdos com a ameaça de uma pena de 14 anos de prisão, medida proposta por Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que segue a lógica de punir severamente um ato de protesto simbólico.
O episódio coloca em evidência o caráter autoritário de um Judiciário que, ao invés de proteger a liberdade de expressão, criminaliza manifestações contra o poder estabelecido. Débora foi presa preventivamente em 2023, enquanto a verdadeira corrupção e as falcatruas do sistema continuam impunes.
Por ironia, a frase "perdeu, mané", escrita na estátua, remete à atitude arrogante do próprio presidente do STF, Roberto Barroso, que, em 2022, usou as mesmas palavras contra um cidadão em Nova York. O tratamento dado a Débora é a prova do descompasso entre o Judiciário e as reais necessidades do país.