A chefe da Transparência Internacional, Maíra Martini, criticou a decisão do STF de anular as provas obtidas por meio da delação da Odebrecht, colocando em risco investigações de corrupção em diversos países. Segundo Martini, o efeito imediato foi permitir que corruptos no exterior usassem a decisão como argumento para escapar da Justiça, comprometendo acordos internacionais firmados após a confissão de crimes.
A empreiteira admitiu pagamento de propinas em 12 países, estruturando um departamento exclusivo para gerir os subornos. No entanto, em 2023, o ministro Dias Toffoli anulou as provas sob a justificativa de conluio entre juiz e acusação. O resultado foi o fortalecimento da impunidade, permitindo que criminosos confessos se livrem das consequências legais.
A Transparência Internacional alerta que, sem instituições independentes e um Judiciário comprometido com a Justiça, o combate à corrupção se torna uma farsa. A anulação de provas que incriminam culpados só reforça a blindagem dos poderosos, comprometendo a credibilidade do país e de suas investigações no cenário global.
