Um estudo da Folha de S.Paulo revela que 99 das 111 ações em que a Advocacia Geral da União (AGU) se manifestou durante o governo Lula foram decididas em sintonia com os interesses de Jorge Messias, advogado-geral da União. Esse alto índice de alinhamento, que atingiu 74% das decisões, mostra um grau preocupante de conformidade entre a AGU e o Supremo Tribunal Federal, especialmente em um período de crescente controle político sobre as decisões da Corte. Messias, otimista, afirmou que o governo está “no caminho certo” para garantir ainda mais vitórias judiciais nos próximos anos.
A suposta "harmonia" entre o STF e o governo Lula se destaca, especialmente em comparação aos confrontos com o governo Bolsonaro. Juristas apontam que a proximidade entre o Supremo e o petista se deve às indicações de ministros feitas por presidentes do Partido dos Trabalhadores. No entanto, é impossível ignorar o papel de ministros como Cristiano Zanin, que bloqueou iniciativas contrárias ao governo, como a prorrogação da desoneração da folha de pagamento, revelando a falta de imparcialidade do STF.
Enquanto o governo Bolsonaro se via em frequentes embates com as instituições, o governo Lula desfruta de um STF cada vez mais alinhado aos seus interesses. Figuras como Flávio Dino, com sua estreita relação com o petista, são capazes de manipular decisões, seja na gestão de recursos do Orçamento ou na alocação de emendas parlamentares, sempre em favor da agenda de Lula. Esse cenário de conivência entre a Corte e o governo petista é um sinal claro do controle crescente do poder judiciário por parte do Executivo.