O Supremo Tribunal Federal alcançou um ponto em que não é mais possível disfarçar a motivação real por trás de decisões que alteram, à força, o equilíbrio institucional. As recentes manobras de Gilmar Mendes e Dias Toffoli mostram um tribunal em posição de defesa permanente não da Constituição, mas de si mesmo.
Mendes retirou do Senado a prerrogativa de iniciar processos de impeachment de ministros; Toffoli paralisou a investigação do Banco Master, blindando empresários e políticos que poderiam expor a política de Brasília. O objetivo comum é claro: centralizar poder e impedir qualquer forma de controle externo.
O STF atua hoje como um corpo político consciente da perda de apoio popular. Pesquisas como Atlas/Bloomberg confirmam: Lula e o sistema que o sustenta — voltou a ser rejeitado pela maioria. A economia patina, a segurança pública colapsa, e o custo de vida sobe. O brasileiro está exausto de promessas vazias.
Em 2026, uma onda conservadora pode recolocar forças de centro-direita no Congresso e no Planalto. É esse temor que move os ministros: a necessidade de prestação de contas.
Como justificar abusos, censura, processos seletivos contra adversários e o vale-tudo jurídico dos últimos anos diante de um Senado fortalecido? O STF sabe que extrapolou: legislou, governou e policiou a política. Agora tenta travar o sistema, como se blindagem jurídica pudesse conter a pressão popular. O problema é óbvio: nenhum tribunal resiste à democracia para sempre.