As enchentes no Rio Grande do Sul já causam impacto direto no varejo brasileiro, com grandes redes de supermercados começando a racionar a venda de produtos básicos como arroz, leite, óleo de soja e feijão. Esses itens, significativamente produzidos no estado, agora estão sujeitos a limitações de compra para evitar escassez.
Na quinta-feira, Jair Andrade de Almeida, dono do restaurante Nova Frei Caneca em São Paulo, enfrentou restrições ao tentar comprar arroz. Planejava adquirir 30 fardos de 30 quilos, porém, foi limitado a apenas dez fardos. "Vou ter de percorrer outros atacarejos para completar o que preciso", relatou ao Estadão.
Por outro lado, o pintor autônomo César Augusto Geraldo, que frequenta outra loja, conseguiu comprar dois pacotes de cinco quilos de arroz, dentro do limite estabelecido. "Estou comprando por precaução", explicou, referindo-se à possível escassez do produto, crucial para sua família.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) emitiu um comunicado pedindo que os consumidores evitem estoques excessivos em casa, para que o acesso aos produtos seja equitativo. Redes como GPA, que administram o Pão de Açúcar e Extra, já estabeleceram limitações na quantidade de produtos essenciais comprados para garantir disponibilidade a todos.
A Abras monitora constantemente os estoques e o abastecimento de produtos essenciais. "Os estoques estão normalizados, e continuamos oferecendo uma variedade de marcas, preços e promoções tanto nas lojas físicas quanto pelo e-commerce", informou a associação.
Enquanto o racionamento não se generaliza, as medidas atuais são um esforço para manter o equilíbrio entre a oferta e a demanda em um período de incertezas causadas pelas condições climáticas adversas.