O levantamento de um jornal em parceria com a ONG Fiquem Sabendo revelou que conselheiros de tribunais de contas estaduais, responsáveis por fiscalizar o uso do dinheiro público, receberam salários que superam, em muito, o teto constitucional de R$ 44 mil. Nos últimos dez meses, algumas remunerações ultrapassaram R$ 1,7 milhão, comprometendo a credibilidade de órgãos que deveriam zelar pela austeridade fiscal.
Os tribunais alegam que os valores milionários resultam de "verbas indenizatórias" e pagamentos extraordinários. Em estados como Minas Gerais, São Paulo e Roraima, os benefícios incluem adicionais de férias e saúde, elevando os contracheques a patamares vergonhosos. O caso mais grave foi registrado em Roraima, onde conselheiros receberam até R$ 180 mil mensais, evidenciando uma distorção nos gastos públicos.
A falta de transparência em 14 estados agrava o problema, dificultando o acesso a informações sobre as remunerações. A análise, ainda assim, apontou que metade dos R$ 54 milhões gastos em supersalários concentrou-se em poucos conselheiros. A indignação pública reforça a necessidade de uma revisão criteriosa na gestão desses pagamentos.