Taxa de proteção: como a GCM se uniu ao PCC para atuar na Cracolândia

Investigação do MPSP apontou que guardas municipais transferiam o “fluxo” de um lugar para outro para extorquir comerciantes locais

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Taxa de proteção: como a GCM se uniu ao PCC para atuar na Cracolândia
William Cardoso/Metrópoles

Uma investigação do Ministério Público de São Paulo revelou um esquema chocante, onde agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) se aliaram ao Primeiro Comando da Capital (PCC) para extorquir comerciantes da Cracolândia. Segundo as investigações, os GCMs transferiam o “fluxo” de usuários de drogas em troca de propina, explorando o caos da região para lucrar. O esquema, que gerava uma “taxa de proteção” de até R$ 50 mil por mês, jogava os comerciantes em um ciclo de extorsão e medo, com o respaldo dos agentes da lei que deveriam protegê-los.

A profundidade da corrupção se revelou ainda maior, com guardas civis alertando traficantes sobre operações policiais e utilizando dependentes químicos como mão de obra em ferros-velhos clandestinos. A situação escancara a falência moral e operacional das instituições responsáveis por garantir a ordem e a segurança na maior cidade do país.

A denúncia, que levou à acusação formal de quatro guardas municipais, expõe a necessidade urgente de uma reformulação séria e profunda na segurança pública. O caso é um exemplo alarmante de como a corrupção e a aliança com o crime organizado podem corromper as estruturas do Estado, prejudicando aqueles que deveriam ser protegidos.