Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) revelou indícios de superfaturamento de R$ 7,8 milhões na construção do Hospital da Criança, conduzida pela gestão de João Campos (PSB). O contrato, orçado em R$ 111,8 milhões, foi destaque em sua campanha de reeleição, mas a investigação aponta sobrepreço, falhas no dimensionamento de equipamentos e atrasos no cronograma. A obra já recebeu R$ 52,1 milhões, e o TCE-PE recomendou a suspensão dos pagamentos até que a Prefeitura preste esclarecimentos.
A auditoria revelou conexões políticas que levantam questionamentos: o relator do caso, Marcos Loreto, indicado ao TCE-PE pelo ex-governador Eduardo Campos, é primo da mãe do prefeito. Essa relação adiciona camadas à controvérsia, reforçando a necessidade de transparência em uma obra que, além de seu custo elevado, representa uma promessa central de João Campos para a saúde pública em Recife.
Em nota, a Prefeitura negou irregularidades, alegando que ajustes e justificativas fazem parte do processo. Apesar disso, o relatório expõe uma gestão pública fragilizada, levantando dúvidas sobre os reais interesses por trás de uma obra que deveria priorizar as crianças de Pernambuco, mas que parece estar atolada em velhas práticas políticas.