O Tribunal de Contas da União decidiu unificar, em um único procedimento, todas as investigações sobre as viagens realizadas por Janja desde 2023. A medida, conduzida pelo ministro Jorge Oliveira, busca organizar a apuração de gastos e deslocamentos que se acumularam com o tempo, evitando sobreposição de processos e tornando a análise mais objetiva. Entre os episódios sob escrutínio está a ida antecipada a Nova York, três dias antes da agenda oficial de Lula na ONU.
Parlamentares cobram esclarecimentos sobre legalidade, legitimidade e economicidade dos deslocamentos, já que a primeira-dama não exerce cargo público, mas circula como autoridade acompanhada de auxiliares, seguranças e equipes inteiras em atividades classificadas como privadas. André Fernandes destacou respeito aos “princípios da moralidade administrativa”, enquanto questiona despesas que incluem R$ 260 mil apenas na Itália e diárias de R$ 18 mil em Paris.
A representação inicial foi apresentada por Carla Zambelli, cuja situação atual expõe o ambiente hostil a quem fiscaliza o uso de recursos públicos. Mesmo sem função oficial, Janja integrou missões na Itália, Japão, França, Vaticano, Rússia, China, EUA e outros destinos, muitas vezes chegando antes da comitiva presidencial e gerando custos adicionais. Em alguns encontros, como na China, tratou de temas sensíveis sem possuir prerrogativa institucional, consolidando a percepção de que atua como ministra sem cargo, sem responsabilidade formal e com gastos crescentes do erário.