Investigações da Polícia Federal e da Justiça Eleitoral revelaram um esquema de transferências fraudulentas de eleitores, que pode ter alterado o resultado em ao menos 229 municípios. Em 82 cidades, o eleitorado registrado ultrapassou o número de habitantes, com aumentos anômalos de até 46%. O caso mais emblemático ocorreu em São Paulo, onde um prefeito foi eleito por apenas um voto, mas sua diplomação foi suspensa após comprovação de fraude no registro de 60 eleitores.
Além disso, operações como "Sufrágio" e "Águas Rasas" apontaram irregularidades em Minas Gerais e no Piauí, onde eleitores foram transferidos com documentos falsos. Municípios goianos também registraram aumentos inexplicáveis no eleitorado, mas os pedidos de revisão foram rejeitados por suposta falta de evidências. Tais fraudes, previstas nos artigos 289 e 290 do Código Eleitoral, podem levar a penas de até cinco anos de prisão.
Especialistas alertam que práticas como essas colocam em risco a legitimidade das eleições, principalmente em cidades menores, onde poucos votos decidem o pleito. Para combater o problema, reforçam a necessidade de controles mais rigorosos e punições exemplares, garantindo a integridade do processo eleitoral brasileiro.