Uma investigação baseada em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revelou pagamentos milionários a magistrados em tribunais estaduais e federais. Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, 125 juízes receberam mais de R$ 500 mil líquidos em um único mês, valores compostos por salários, benefícios e indenizações. O Tribunal de Justiça de Rondônia liderou a lista, pagando até R$ 1,2 milhão a um magistrado em fevereiro deste ano, justificado como adicional retroativo por tempo de serviço.
O benefício, extinto em 2006, foi reativado por decisões administrativas, resultando em um “efeito cascata” que permitiu pagamentos milionários em estados como Pará, Piauí e Rio de Janeiro. A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) teve papel fundamental na reativação, com o Conselho da Justiça Federal validando o quinquênio, que assegura acréscimos de 5% a cada cinco anos de serviço.
Esse cenário escancara a disparidade no uso de recursos públicos e gera revolta entre os contribuintes. Em um momento de crise econômica, tais cifras contrastam com a realidade da maioria dos brasileiros, reforçando a necessidade urgente de transparência e revisão das práticas que resultam em privilégios milionários.