O cinismo na política atinge níveis alarmantes quando figuras que outrora denunciavam "abusos" agora se tornam defensoras do mesmo sistema. Gleisi Hoffmann, que antes dizia temer a indicação de Moraes ao STF – "o temor, a insegurança com a indicação de vossa senhoria para esse cargo" –, hoje é sua mais fiel escudeira. A mudança repentina revela a essência oportunista de uma classe política sem princípios, que molda o discurso conforme a conveniência.
Rodrigo Constantino, no programa Tudo Consta, expôs essa hipocrisia: "O PT gosta de gente que não tem nenhum valor sólido, nenhuma robustez moral." Para ele, a militância petista não exige coerência, apenas submissão ao projeto de poder. "Se a pessoa estiver disposta a mudar o discurso 180 graus para atender os interesses do Lula, será poupada", afirmou.
Esse padrão de conduta explica por que figuras que antes atacavam o petismo, como Reinaldo Azevedo, hoje são respeitadas pelo partido. No universo petista, não há espaço para coerência, apenas para conveniência.