A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está à beira de uma crise financeira sem precedentes. Com o orçamento reduzido drasticamente, a instituição só conseguirá manter suas operações até setembro deste ano, conforme declarações da reitora Raiane Assumpção. Desde 2014, houve uma queda de 43% nas verbas repassadas pelo Ministério da Educação, levando a Unifesp a operar com pouco mais de R$ 90 milhões em 2023.
A situação se agravou com a redução do orçamento das universidades federais para 2024, passando de R$ 6,2 bilhões em 2023 para R$ 5,9 bilhões, resultando em uma perda de 10% na verba de cada instituição. "Os recursos que temos dão até setembro", afirmou a reitora, destacando que a universidade está focada apenas em manter serviços essenciais como segurança, limpeza, energia e água.
Para tentar contornar a crise, a Unifesp tem buscado alternativas de arrecadação própria, incluindo taxas de vestibular e concursos públicos. No entanto, a universidade enfrenta limitações, pois só pode utilizar até R$ 6 milhões do que arrecada, sendo obrigada a enviar o excedente à União. Além disso, projetos de pesquisa têm gerado receitas significativas, mas a infraestrutura precária compromete a capacidade de captar novos recursos.
A reitora Raiane Assumpção participa de encontros com outros gestores de instituições federais, buscando soluções para a recomposição urgente da verba. Enquanto isso, a Unifesp continua a lutar para manter suas atividades e garantir a continuidade da educação de seus mais de 14 mil alunos de graduação e 7 mil de pós-graduação.