Na região do Vale do São Francisco, abrangendo Pernambuco e Bahia, o mercado de uvas negras sem semente enfrentou desafios nesta semana (15 a 19/01). A oferta doméstica dessa variedade manteve-se em baixa, uma realidade que se espelhou também na procura. Curiosamente, apesar da demanda lenta, os preços se mantiveram elevados, uma dinâmica que destaca as peculiaridades do mercado de frutas.
De acordo com os colaboradores do Hortifruti/Cepea, o mês de janeiro é tradicionalmente marcado por um volume reduzido de uvas na região, devido à ausência de uma janela de exportação ativa. Essa situação diminui a área podada pelos exportadores, impactando diretamente na disponibilidade do produto no mercado interno. Além disso, as altas temperaturas registradas recentemente têm afetado o desenvolvimento das uvas, especialmente da variedade BRS Vitória, resultando em uma qualidade abaixo do esperado.
Neste cenário, a uva negra sem semente embalada alcançou o preço de R$ 13,3/kg, representando um aumento de 3,3% em relação à semana anterior. Paralelamente, a uva branca sem semente, afetada pela baixa demanda, experimentou uma leve queda nos preços. Esta variedade, predominantemente representada pela ARRA 15, foi comercializada a R$ 13,63/kg, marcando uma redução de 1,2% em comparação à semana passada.
É importante ressaltar que essas condições do mercado estão sujeitas a mudanças a partir de fevereiro, com a abertura da janela de exportação na região nordestina. Este período pode trazer um novo dinamismo para o mercado, possivelmente alterando a oferta, a demanda e, consequentemente, os preços das uvas, tanto negras quanto brancas, sem semente.
A situação atual no Vale do São Francisco é um reflexo das complexidades que envolvem o setor agrícola, demonstrando como fatores climáticos e de mercado podem influenciar significativamente as operações de produção e venda. Produtores e comerciantes devem permanecer atentos às tendências e preparados para as mudanças que o novo ciclo de exportações pode trazer.