A recente decisão do ministro Gilmar Mendes, que beneficiou o ex-ministro José Dirceu, levanta questões preocupantes sobre a integridade do sistema judiciário brasileiro. Agora, com a entrada do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, solicitando a mesma benesse, a justiça parece se perder em um labirinto de interesses e argumentos questionáveis. A defesa de Vaccari clama por uma suposta falta de imparcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, insinuando que a condução da Lava Jato foi enviesada. Essa narrativa, sustentada por um discurso vazio, visa deslegitimar um processo que, apesar das controvérsias, foi fundamental para a luta contra a corrupção.
A manifestação contrária do procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforça a ideia de que a extensão de benefícios a Vaccari seria uma repetição indevida de decisões anteriores. Segundo Gonet, “não se repete decisão para casos que não sejam iguais”, e a falta de documentação que comprove as alegações de Vaccari só agrava a situação. A insistência em recorrer a argumentos que questionam a legitimidade de processos tão relevantes pode enfraquecer a confiança da sociedade nas instituições.
Enquanto figuras como Vaccari e Dirceu tentam surfar na onda de decisões que deslegitimam a luta anticorrupção, é fundamental que a sociedade se mantenha atenta. Acreditar que a justiça é cega, mas que, na verdade, alguns têm acesso a uma visão privilegiada, é um erro que pode custar caro ao futuro do Brasil. A defesa da ética e da imparcialidade deve prevalecer, ou corremos o risco de assistir a uma distorção perigosa da justiça em nome de interesses obscuros.