Nesta terça-feira, o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) da capital paulista, anunciou sua intenção de solicitar o afastamento do padre Júlio Lancellotti de suas responsabilidades como pároco. O parlamentar, que também é responsável pela proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar a conduta do religioso, justifica sua ação diante de recentes acusações de abuso sexual que vieram à tona e que, segundo ele, comprometem a integridade da igreja e de seus fiéis.
A decisão de Nunes, conforme reportado pela CNN Brasil, surge em resposta à divulgação de informações que envolvem o padre em um suposto caso de abuso sexual. Para o vereador, tais alegações desonram a imagem eclesiástica e a comunidade de fiéis.
Posição da Arquidiocese de São Paulo
Em resposta aos recentes desenvolvimentos, a Arquidiocese de São Paulo comunicou, na noite de segunda-feira, a necessidade de uma nova investigação para elucidar as alegações contra Lancellotti. Através de uma nota divulgada pelo padre Michelino Roberto, vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação, a Arquidiocese enfatizou que as denúncias em questão não foram e não serão arquivadas, contradizendo rumores de uma possível desconsideração das acusações enviadas pela Presidência da Câmara Municipal de São Paulo.
Contexto da CPI das ONGs
As denúncias emergentes podem revitalizar o debate sobre a instalação da CPI destinada a investigar as atividades do padre Júlio Lancellotti. Rubinho Nunes agendou uma reunião com Milton Leite, presidente da Câmara Municipal, e outros vereadores para discutir a viabilidade da comissão.
Nunes esclarece que a proposta da CPI é um procedimento independente dos eventos recentemente divulgados, mas reconhece a seriedade das denúncias, sublinhando a importância de uma apuração detalhada.
Reação de Padre Júlio Lancellotti
Diante das acusações, o padre Júlio Lancellotti manifestou-se através de uma nota, expressando recebê-la com "serenidade e paz de espírito". Ele reiterou sua convicção na falsidade das imputações, tanto as atuais quanto as anteriores, e sua confiança na investigação da Arquidiocese para trazer clareza aos fatos.
Lancellotti destacou que as acusações parecem estar vinculadas a uma "rede de desinformação" com possíveis motivações políticas e econômicas, visando comprometer sua missão sacerdotal de apoio aos marginalizados e à população de rua.
Este episódio reacende a discussão sobre a responsabilidade e o papel das instituições religiosas e políticas na proteção dos mais vulneráveis, colocando em evidência a necessidade de transparência e justiça na resolução das acusações.