No Brasil é comum afirmar que existem profundas contradições sociais. No meio acadêmico uma das contradições mais intrigantes é a subestimação dos estudos sobre a realidade social do meio rural e urbano.
Muitos promovem a disposição de informações que possam apresentar este cenário de descaso, inclusive é vivenciado por muitas igrejas, de forma que práticas sociais sofrem descaso pelas autoridades eclesiásticas, e em muitos casos, quando as fazem é visando manobras.
No meio da sociedade cristã existe a necessidade de preparar líderes para que sejam empreendedores do incentivo social como forma de alcançar o outro através da expressão da diaconia, tornando a temática urgente dentro da sociedade cristã.
Várias necessidades sociais são observadas no mundo, pessoas que vivem a miséria material, cultural, educacional e a miséria espiritual. Estão passando fome, outros doentes, outros são vítimas de preconceitos, isolados e outros violentados.
A Eclésia refletida em cada membro do corpo de Cristo não pode fechar os olhos ante esta realidade, pois Deus nos chamou para intervir e praticar a justiça, amar a benevolência e viver humildemente diante de d’Ele (Mq 6.8).
Somos chamados para ser sal da terra (Mt 5.13-16), para dar um novo sabor, para fazer a diferença, para amar o próximo como a nós mesmos (Mc 12.31). A compreensão que é percebida na Igreja são atitudes de amor que podem transformar a realidade social que vivemos, embora entendendo que as mudanças são operadas não apenas no fórum histórico-social, mas também no campo espiritual (Tg 2. 18). Ao intervir na realidade temos a esperança de ver dias melhores (I Pe 3. 10-11).
A humanidade específica do homem e sua sociabilidade estão intrinsecamente entrelaçadas. O homo sapiens é sempre, e na mesma medida, homo socius. E na consciência de ser homo socius, busca viver melhor, em condições mais humanas e mais favoráveis ao desenvolvimento.
E infelizmente é o oposto a isso que vem acontecendo, devido à desigualdade social, alguns desfrutam de conforto e outros não. Precisa-se, enquanto cristãos: reter o que é bom deste modo estrutural, e renunciara o que é apenas aparentemente ‘bom’; que vem ocasionando sofrimento, devido à ausência de equilíbrio. Portanto, o desafio que se apresenta é uma vida equilibrada e um sistema cooperativo e não competitivo.
Como Jesus expulsa os mercadores do templo (Lc 19. 45-48), queremos refletir a necessidade do cristão de não direcionar suas forças para princípios que fogem à vontade reveladas de Deus e a forma do mundo (Rm 12.1). Com essa compreensão não permitir ser levado pela mentalidade burguesa e viver segundo os parâmetros do consumismo, deixando de entender a graça revelada de Deus e, até mesmo, indo contra essa graça.
Assim a busca é na intenção de cooperar para o ministério da reconciliação com Cristo, de uma Igreja, sem mácula ou rugas, uma Igreja lavada no sangue do Cordeiro, purificada de mente e atitudes, ou seja, purificada de princípios do materialismo e consumismo (Ec 5.10).
Os textos do Antigo e Novo Testamento demonstram em vários momentos os princípios do servir em ações e aplicação no contexto social, referente às necessidades da sociedade.
Essas ações podem ser percebidas nos atos dos Profetas, dos Sacerdotes, dos Reis e demais personagens bíblicos que foram confrontados com a percepção da necessidade humana. Os personagens bíblicos se revelaram ao longo da história por determinadas ações que se encontrava entre a Palavra de Deus e o contexto social.
Em vários momentos na Escritura percebem-se circunstâncias e situações que convida a nos posicionarmos diante de opressores que por ganância e desejo de déspotas, ficam cegos perante as necessidades de um povo. As escrituras mencionam que
Somente para que entre ti não haja pobre: pois o Senhor abundantemente te abençoará na terra que o Senhor teu Deus te dará por herança, para possuí-la.
Deus ao retirar os judeus da escravidão através de Moisés, demonstra o cuidado do ato da diaconia. Ao analisar os pensamentos bíblicos percebe-se que a diaconia está desde o início, nos ensinos de Deus para o ser humano. Adão e Eva ao serem criados e colocados no jardim do Éden tinham como princípio o cuidado na forma de diaconia, o próprio Deus ao criar o ser humano, criou como significado simbólico o cuidado e dessa forma a demonstração do cuidado, criando um lugar aprazível, assim como protetor para o descanso e para o alimento. O escritor Leonardo Boff apresenta a comparação do cuidado que o Senhor havia imposto sobre a humanidade e a criação, demonstra uma percepção muito mais ampla no que se refere ao cuidado e às práticas de diaconia.
Moisés ao conduzir o povo e ter um encontro no monte Sinai com Deus recebe as orientações para a organização de uma sociedade, que antes eram escravos e deveriam se organizar como nação e ter seus princípios como forma de ação diaconal. A cada sete anos, um ano era chamado de “Ano Sabático”, serviria para que a terra se descansa, sem cultivo e para que os pobres pudessem colher todo o produto espontâneo do campo.
Nos textos que apresentam o ano sabático, demonstram claramente que o princípio da diaconia em Deus é a Justiça social. Onde o que se percebe é que o maior e mais forte cuida dos mais fracos, dos que necessitam de cobertura em suas fragilidades.
A regra que é demonstrada nos textos bíblicos é para deixar os grãos e frutos que caiam no chão durante a colheita para que os pobres e estrangeiros pudessem coletar aquilo que precisavam para se alimentarem.
O desperdício alimentar é causa de estudos de vários seguimentos acadêmicos no Brasil e no mundo que demonstram em pesquisas cálculos aproximados de milhões de reais e toneladas de alimentos desperdiçados, a falta na educação e a falta de organização de vários setores da sociedade gera alienação de valores e sentimentos de tal ordem que estamos olhando para a falta de alimento em partes do planeta e desperdício em outras.
A prosperidade só vai ser benéfica na vida de alguém, quando ela apontar na direção de outra riqueza, a qual deve ser a grande ambição do ser, de acordo com Timóteo:
Que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.
A percepção que naturalmente se tem como forma de cuidado diaconal na bíblia, é que nas fazendas, principalmente nos cantos, não poderiam ser colhidos, sendo destinados para servir aos pobres e estrangeiros. Destina-se o alimento e ensina o sujeito a ir através do trabalho ao encontro do seu próprio sustento.
A bíblia descreve a distribuição das terras entre as 10 tribos, para todas as famílias israelitas, sem exceção, receberam uma porção da terra que pudessem fazer parte da vida econômica de Israel e tivessem naturalmente condições de viver.
A bíblia faz menção dos fariseus, que eram avarentos, com a mentalidade voltada para si. Jesus os enfrentou e aos quais narrou a parábola do rico e Lázaro. Isso porque tal parábola foi contada num contexto onde a maior prosperidade do ser foi trocada pela ênfase e pela obsessão da prosperidade do ter. Para a média da compreensão religiosa daqueles dias, o pobre era amaldiçoado, e o rico abençoado. No Brasil é possível perceber os mesmos sinais de ganância nessa área, o lamentável em relação a esse ponto é o meio da sociedade cristã, onde se percebe grupos inteiros que pensam que a bênção de Deus sobre uma pessoa é sempre caracterizada pela prosperidade material.
O olhar sobre a nação a partir da diaconia nos remete a ensinos que nos proporcionam pensar uma menor concentração de riquezas e patrimônios, como forma de agregar mais pessoas a usufruir das fontes produtoras, assim a nação produziria uma economia mais poderosa e estável. O pensamento de concentração de renda impõe sobre toda sociedade a insegurança e tirania, a descentralização nos remete a uma nação mais forte com ganho real sobre todos.
Senhoras e senhores! Sou pastor, sim. Leio a Bíblia, sim. Mas também leio os jornais. Descobri no meu estudo que a palavra “política” se origina da palavra grega “polis”, que quer dizer cidade. Ora, todos nós que vivemos na “polis”, pelo simples fato de viver nela, somos políticos. O problema desse nosso querido Brasil é que há muito tempo o povo se acostumou a sofrer política e não faz política. É triste, mas precisa ser dito: “Quem não faz política sofre política”. Porque hoje vocês dominam em todos os sentidos é que muitos sofrem massacres e apanham, só por sonhar e tentar viver uma vida integral. Obrigado!
A compreensão de ser “pastor” e ao mesmo tempo ser político é ainda nos dias de hoje contraditório para a grande parte da sociedade brasileira, muito se deve ao serviço e testemunho de cristãos ao longo do envolvimento da igreja em campanhas políticas pelo Brasil. Cresce consideravelmente no meio das lideranças cristãs o desejo de conquistar esse espaço público, onde suas igrejas são representadas e alcançam uma imagem para além dos cultos religiosos.
A igreja é chamada para proclamar a mensagem de redenção a todas as pessoas, e como tal não pode, e não deve fazer opções como instituição de assuntos transitórios, que venham a excluir de seu ministério pastoral, a quem quer que seja. Mas a igreja como instituição deve permanecer acima das questões políticas partidárias como força moral.
A diaconia é compreendida na forma de instruir os cristãos que sintam em servir o serviço público, assimilando o desafio do bem comum para toda a sociedade, elaborando por diversas formas o testemunho da fé em práticas sociais que demonstre o amor ágape a toda a sociedade.
Em diaconia observa-se o que se tornou resultado no meio da igreja, despreparo das comunidades para serviços da causa pública, o que a torna mais vulnerável às palavras fáceis de líderes falsos ou desprovidos de valor.
Diante dessa indagação percebemos o distanciamento da consciência sobre política em nosso meio social, nesse contexto não representa somente um grupo religioso, mas um olhar sobre o todo, o olhar sobre a sociedade e suas idiossincrasias.
Percebemos a entrada de outro elemento, a pobreza socioeconômica e política no meio social. Pobreza não é definida ou dimensionada, em relação apenas a carência. Se assim fosse, não teria causas sociais.
Talvez uma definição que aproxime do real seja aquela que entende como “repressão do acesso às vantagens sociais”, denotando com isso que faz parte da dinâmica dialética da sociedade, que se divide entre aqueles que concentram privilégios e aqueles que trabalham para sustentar os privilégios dos outros.
Ser pobre não é, em sua essência, repressão, ou seja, resultado da discriminação sobre o terreno das vantagens. Compreende que ser pobre é a máxima estancia do limite do sujeito em perceber direitos e deveres, e assim, não ter como alcançar com suas mãos a dignidade do fruto de seu trabalho ou justa medida de sua participação.
O homem político é aquele que tem consciência histórica, e nesse sentido a percepção do encontro com a sociedade através do olhar diaconal. Assim, sabe dos problemas e busca encontrar as soluções. Não aceita ser objeto.
Quer ser orientado pela consciência e o despertamento real dos valores que entendem serem ligados ao amor no vinculo da paz. Torna-se ator e não expectador dos cenários e teatro da vida. Criativo e perspicaz a despeito do meio onde está inserido, não permitindo ser produto de nenhum sistema de interesses que prejudiquem a sociedade como um todo.
A humanidade vem sofrendo mudanças, ao longo dos anos e séculos. Percebe que os grupos sociais são alterados em sua cultura familiar, social, religiosa e consequentemente em seu acolhimento e afeto.
Vários fatores contribuíram para a aceleração das mudanças da humanidade ao logo do tempo. Determinados cataclismas naturais, como inundações, secas, ciclones, tufões, furacões, maremotos, erupções vulcânicas, nevascas, pragas, guerras e outros, podem alterar, de forma transitória ou permanente, a organização ou a estrutura de uma comunidade. Podem ocasionar migrações, extinção de comunidade, reconstrução ou fundação de novas cidades.
Epidemias, elevação da taxa de mortalidade[1], rápido crescimento da população e a miscigenação de grupos étnicos dão origem a transformações sociais. Podem ocasionar desajustamentos e desequilíbrios nos mais diversos setores da sociedade, alterando as estruturas socioeconômicas, a organização do trabalho, a distribuição do poder e o modo de vida das populações.
Guerras, invasões e conquistas, assim como luta de classes e revoluções, alteram as estruturas sociais, modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e destroem culturas.
As grandes invasões muçulmanas causaram um impacto cultural decisivo em regiões que circundam o Mediterrâneo ou dele estão próximas. A própria unidade de linguagem e religião, fortalecida nos primeiros tempos pela unidade política e legislativa, facilitou fecundo intercâmbio de conhecimentos e técnicas, que acabou estendendo-se às nações cristãs da Europa e, através desta, repercutiu consideravelmente no movimento intelectual do mundo todo.
Mudanças tecnológicas são os fatores básicos da mudança social. Isso se torna verdadeiro no sentido de que é difícil descobrir uma mudança tecnológica, de certa envergadura e significação, que não tivesse produzido alguma mudança social; entretanto, nem todas as mudanças sociais se originam de transformações tecnológicas.
Qual seria a forma de mensurar o amor em meio aos ciclos da humanidade e suas consequências na percepção cristã? Para John Stott, o amor traz alguns significados da verdadeira ação para a humanidade.
Para ele, o amor não pode parecer abstrato em sua forma de expressão, o amor gera atitudes e ações concretas tanto no sentido subjetivo como na expressão para com os outros.
Erich Fromm menciona em seu livro alguns significados do amor e sua importância, para ele “o dar significa ser rico”. Sua síntese sobre a riqueza em dar e se dar a outros são reflexos da compreensão do amor.
Um homem em seu tempo e sua época contribuiu muito com a mensagem do evangelho e o significado do amor. Esse homem percebeu sua história pessoal misturada com impactos que mudariam todo ciclo e geografia da humanidade.
Bonhoeffer compreendendo o evangelho e a verdadeira mensagem para seu tempo pregou o amor de Jesus e suas promessas como sendo as únicas palavras que norteariam os homens em tempo de trevas.
Em determinado momento diante do contexto social e político da Alemanha, Bonhoeffer pregou uma mensagem aos seus seminaristas sobre um Messias ser judeu e que a Igreja do Novo Testamento e Antigo Testamento sempre estiveram no mesmo patamar. Em suas palavras dizia: “Somente quem grita em favor dos judeus tem direito a cantar gregoriano”, mencionou que: “A igreja só é Igreja se ela existir para os outros, ela não olha apenas para si, mas está lá onde há sofrimento, onde ela é necessária”. Suas palavras foram fortes e conclusivas: “A igreja do discipulado é também a igreja do amor ao próximo”, essas foram suas palavras aos seus seminaristas.
Sua convocação não tardou a ser feita, para servir os exércitos de Hitler. Seu pai, usando de influência conseguiu reverter tal convocação; seus amigos foram ao seu encontro com convite para ir para os Estados Unidos e assim não correr o risco da sua morte por convicções que não serviria ao exército e a Hitler.
Mas a compreensão que apreendemos de Bonhoeffer é a certeza de suas convicções: “Não vamos perseverar na causa da igreja sem sacrifícios”? Suas palavras foram voltadas a outros como uma exigência. Sua consciência não o permitirá continuar em lugar seguro enquanto seu povo corria risco e sofria.
Aquele que fora alcançado pela graça de Deus em sua misericórdia, jamais aceitara que qualquer forma de injustiça ou intensões de maltratar e abusar o humano ou criação possa encontrar excito.
Um problema perceptível é o descaso das práticas sociais, no contexto particular e público, que leva ao questionamento sobre o papel do prêmio Nobel da Paz no presente século; um tema que se justifica pela sua premente relevância social e científica.
Observam-se no mundo várias necessidades sociais, desde pessoas vivendo na miséria material, cultural, educacional e vivendo na miséria espiritual. Pessoas passando fome, outros doentes, outros são vítimas de preconceito, são isolados, e outros ainda violentados.
O prêmio Nobel da Paz ao longo da sua existência reconhece valores diaconais em prol da justiça e da humanidade, em sua premiação foram reconhecidas várias autoridades da paz que com suas vidas, entrelaçam seus valores com a sociedade em nome da justiça contra toda a manifestação de injustiça contra os indefesos e necessitados.
Como Eclésia não se pode fechar os olhos ante esta realidade, pois Deus nos chamou para intervir e praticar a justiça, amar a benevolência e viver humildemente diante de Deus (Mq. 6:8).
Acreditamos que as atitudes de amor podem transformar a realidade social que vivemos, embora entendendo que as mudanças são operadas não apenas no fórum histórico-social, mas também no campo espiritual (Tg. 2. 18). Ao intervir na realidade temos a esperança de ver dias melhores (I Ped. 3.10-11).
A humanidade específica do homem e sua sociabilidade estão intrinsecamente entrelaçadas. O Homo sapiens é sempre, e na mesma medida, homo socius. E na consciência de serem homo socius, buscam viverem melhor, em condições mais humanas e mais favoráveis ao desenvolvimento.
Martin Luther King Junior cita que:
A ciência investiga; a religião interpreta. A ciência dá ao homem conhecimento que é poder, a religião dá ao homem sabedoria que é controle. A ciência lida sobretudo com fatos; a religião lida sobretudo com valores. As duas não são rivais. São complementares. A ciência impede que a religião afunde no vale do irracionalismo e do obscurantismo paralisante. A religião evita que a ciência caia no pântano do materialismo obsoleto e do niilismo moral.
E infelizmente, é o oposto a isso que vem acontecendo, devido à desigualdade social, alguns desfrutam de conforto e outros não. Há a necessidade enquanto sociedade de construir valores simbólicos que se espelham na dignidade humana, assim renunciar o que é apenas aparentemente ‘bom’; e que vem ocasionando sofrimento, devido à ausência de equilíbrio. Portanto, o desafio que se apresenta é uma vida equilibrada e um sistema cooperativo e não competitivo.
Leonardo Boff provoca uma questão sobre os desafios e o equilíbrio social:
Como tratar esses condenados e ofendidos da Terra? A resposta a esta pergunta divide, de cima a baixo, as políticas públicas, as tradições humanísticas, as religiões e as igrejas cristãs. Cresce mais e mais a convicção de que as estratégias meramente assistencialistas e paternalistas não resolvem como nunca resolveram os problemas dos pobres e dos excluídos. Antes, perpetua-os, pois os mantêm na condição de dependentes e de esmoleres, humilhando-os pelo não reconhecimento da sua força de transformação da sociedade.
Como Jesus expulsa os mercadores do templo (Lc 19: 45-48), busca-se refletir a necessidade de o cristão não direcionar suas forças para princípios que fogem à vontade revelada de Deus (Rm 12:1). Não permitir ser levado pela mentalidade burguesa e viver segundo os parâmetros do consumismo, deixando de entender a graça de Deus e, até mesmo, indo contra essa graça.
Homens e mulheres foram premiados com a o prêmio Nobel da Paz, dentre eles Gandhi, Martin Luther King Jr, Madre Teresa de Calcutá, Desmond Tutu, Nelson Mandela, Carlos Filipe Ximenes Belo, Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee, Tawakel Karman, Malala Yousafzai.
Por se colocarem entre o Estado e o ser humano, entre o religioso e a subjetividade, entre o racismo e a cultura, entre a educação e o proibido, formando vozes que ecoam em seus discursos e protestos. Questionando e defendendo aqueles que se encontram desprotegidos e vulneráveis diante dos da opressão.
A bíblia menciona:
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.
Ao pensar no texto nos deparamos com a menção de não haver variação de mudança em Deus Pai, remetendo o pensamento a certeza de que sua bondade nos constrange e o sinal da sua graça é percebida por toda a humanidade independente dos seus encontros ou não.
Bons e maus a dádiva é para todos e nesse sentido que percebemos os atos dos que mencionamos como representantes do prêmio Nobel da paz. Suas ações são em algum momento os levam a se posicionarem contra o ato perverso.
Homens e mulheres que em suas vidas cotidianas não imaginariam que teriam tais ações em favor de povos que sofriam diante do mal que os incapacitava, é nessa dimensão que o paralelo entre a diaconia e alguns o prêmio Nobel se aproximam.
Manter o olhar em direção do reconhecimento de atos e ações que buscam regatar o humano através da dádiva de Deus.
Por isso, a mudança social faz parte intrínseca da formação social. Não havendo uma mudança social não cessaria a desigualdade. No entanto, mesmo suprimindo as classes sociais, não se extingue a desigualdade, porque as classes são apenas a forma capitalista de sua manifestação.
Em frente a isso se compreende a representação típica da unidade de contrários, que faz da história algo dinâmico. Olhando de cima para baixo, o poder transpira o movimento de persistência histórica, dentro da lógica das vantagens. Olhando de baixo para cima, os desiguais querem a mudança, contra as discriminações. Por isso, mudanças de verdade vêm de baixo.
Robinson Cavalcanti avança em sua pesquisa com o olhar direcionado para a compreensão de fatos históricos e o entendimento da bíblia como ato diaconal.
O autor traz a percepção da vida de Gandhi e seu compromisso com o povo indiano, Gandhi não aceita que seu povo seja dominado e explorado por um governo que explora sua mão de obra e indústria.
Sua forma de opor ao governo da Inglaterra era a não violência e a força da verdade, para que a liberdade pudesse vir ao povo indiano Gandhi motivou e influenciou a deixarem hábitos de comércio inglês onde os impactos comerciais abalaram os empresários e o governo.
Por um ideal Gandhi foi preso por diversas vezes, nunca retrocedendo em seu sonho de ver a liberdade da Índia, a sua história apresenta a verdadeira diaconia social.
Os limites que apresentavam diante de Gandhi era a ganância pelo poder, ambição por riquezas e um povo submetido à força e a opressão, naturalmente muitos são desmotivados diante dessas forças.
Madre Tereza de Calcutá impressiona por seu gesto de ir ao encontro dos miseráveis e doentes das ruas, sem ter a pretensão política, Madre Tereza pressionou políticos e lideranças. Suas ações a levaram ao prêmio Nobel da Paz em 1979. Suas lições impressionam até os dias atuais, pois diante das limitações e incredulidade essa mulher com um simples gesto transformou o olhar do impossível.