Jornal Folha de São Paulo, em um editorial publicado nesta terça-feira (9), levantou sérias questões sobre o atual estado da democracia brasileira. O artigo aponta para um "terreno perigoso" no qual o país se encontra, destacando um evento recente como um sintoma preocupante dessa trajetória.
É de conhecimento público que o evento, supostamente dedicado à celebração da robustez democrática, foi astutamente manipulado para promover uma controversa agenda legislativa. Mais alarmante ainda é a participação de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesse episódio. Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral, não demonstrou a sobriedade esperada de um juiz. Em seu discurso, ele defendeu, com uma retórica exagerada, o aprimoramento das regras de regulamentação da internet.
Em regimes democráticos, onde o devido processo legal é um pilar, é essencial haver espaço tanto para acusação quanto para defesa. No entanto, o editorial da Folha de São Paulo sugere que, no Brasil, essa balança está desequilibrada, inclinando-se perigosamente em favor de uma censura disfarçada.
O jornal também ressalta que, apesar da defesa veemente da censura no Brasil, curiosamente, os políticos parecem estar excluídos da proposta que visa regular as plataformas digitais. Esta omissão é uma clara indicação de que os interesses em jogo não são tão nobres quanto parecem.
Este editorial da Folha de São Paulo, portanto, não é apenas uma crítica pontual. É um reflexo de um padrão mais amplo que ameaça a liberdade de expressão e os valores democráticos no Brasil. À medida que o país se aproxima de um momento político crítico, é vital que a imprensa e o público permaneçam vigilantes contra essas tendências autoritárias, protegendo os pilares da democracia brasileira.