O governo francês confirmou a construção de uma prisão de segurança máxima em Saint-Laurent-du-Maroni, na Guiana Francesa, com inauguração prevista para 2028. O anexo terá 60 vagas, incluindo 15 destinadas a condenados por radicalismo islâmico, e funcionará sob regime rígido inspirado em modelos antimáfia da Itália, com vigilância contínua, bloqueadores de drones e visitas restritas.
A proposta reacendeu o debate sobre o papel da Guiana como destino de presos vindos da França continental. Autoridades locais alegam não terem sido consultadas sobre a mudança de escopo do projeto, previsto inicialmente apenas para aliviar a superlotação de presídios regionais. Jean-Paul Fereira, presidente interino da coletividade territorial, afirmou que o anúncio causou “espanto e indignação”.
Críticos consideram a decisão um gesto unilateral e desconectado das necessidades da região. O deputado Jean-Victor Castor classificou a medida como "um retrocesso colonial". A localização estratégica, próxima ao Suriname e ao Brasil, levanta preocupações adicionais sobre segurança e impacto social, reacendendo memórias do antigo campo penal da região.