O governo Lula (PT) enfrenta um déficit nominal que se aproxima dos níveis críticos da pandemia de covid-19, agravado pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A suspensão do pagamento da dívida estadual e programas sociais elevam a dívida bruta do governo, que em março de 2023 representava 75,7% do PIB. Apesar da exclusão dos gastos emergenciais das principais regras fiscais pelo Congresso, a dívida continua crescendo, com projeções do Boletim Focus indicando um aumento para 80% do PIB.
A recente redução da taxa Selic pelo Copom aumentará o custo dos juros da dívida, dificultando ainda mais a situação fiscal. O déficit nominal acumulado em 12 meses até março atingiu R$ 998,6 bilhões, próximo do patamar de janeiro de 2021. As enchentes no Rio Grande do Sul, além de impactar diretamente as contas públicas, contribuem para um cenário econômico pessimista. Pesquisas indicam que a maioria da população vê piora na economia, inflação e desemprego, refletindo na crescente reprovação do presidente Lula, inclusive em sua base de apoio tradicional no Nordeste.