O Benefício de Prestação Continuada (BPC) já consome mais recursos públicos que o Bolsa Família em 1.167 municípios brasileiros, incluindo capitais como Recife, Goiânia e Belo Horizonte. Desde 2022, o número de beneficiários do BPC cresceu 33%, chegando a 6,4 milhões de pessoas. O valor mensal do benefício é de R$ 1.518, mais que o dobro da média paga por família no Bolsa Família, que atende cerca de 20,5 milhões.
O avanço do BPC foi impulsionado por mudanças legais e administrativas. A flexibilização da regra que permite mais de um benefício por família, o aumento de diagnósticos como o autismo e a dificuldade crescente no acesso à aposentadoria contribuíram para essa alta. Além disso, o aumento do salário mínimo e a judicialização de pedidos ampliaram ainda mais os gastos.
Embora cumpra um papel relevante para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, o crescimento acelerado do BPC levanta questionamentos sobre o equilíbrio fiscal. Em 2025, o governo prevê R$ 112 bilhões para o programa, quase o mesmo montante destinado ao Bolsa Família. A tendência exige atenção redobrada à eficácia e ao alcance das políticas públicas de amparo social.